Putin, em razão disso, ficou na chamada “sinuca de bico”, pois os russos não atendem às convocações ao recrutamento, ou melhor, fogem dele. E ter forças ucranianas ingressando em território russo mostrou grande fragilidade.
O russo, quando da invasão, terceirizou a guerra ao usar 20 mil mercenários do Grupo Wagner, do seu conterrâneo Yevgeny Pregozhin.
Dada a passeata de tipo reivindicatório de mercenários organizada em Moscou por Pregozin – ele queria a queda do ministro das Forças Armadas -, houve rompimento contratual.
Dias depois do fim do contrato e do rompimento de amizade de infância nascida em São Petersburgo, o avião comercial no qual Pregozin viajava caiu e ele morreu, em 13 de junho passado. Apenas parte dos mercenários aceitaram ingressar, embora com soldo alto, nas forças regulares russas.
Putin terceirizou a guerra, e a razão é conhecida. Quando morrem mercenários, os espólios corporais não precisam ser entregues aos familiares, como acontece com os combatentes russos. E entregar restos de corpos às mães russas causa, pela difusão boca a boca, desprestígio político a Putin.
As mães sempre protestam, e o recrutamento torna-se problemático.
Publicitário e Jornalista.