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O governo federal e grandes bancos brasileiros estão em negociação para acelerar a saída da Novonor (antiga Odebrecht) do controle da Braskem (BRKM5), maior petroquímica da América Latina, segundo informações da Reuters.
A movimentação, liderada pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES), tem em vista solucionar impasses relacionados às dívidas da Novonor, que utilizou ações da Braskem como garantia de um débito de R$ 15 bilhões durante a Operação Lava Jato.
Fundo de Participação Privada é a solução provável
A solução mais debatida entre os credores é a criação de um Fundo de Participação Privada (FIP). Esse fundo consolidaria as ações da Braskem atualmente em posse da Novonor, permitindo que os bancos assumam a gestão indireta da petroquímica.
A administração do FIP seria feita por executivos com experiência em investimentos, com o objetivo de valorizar a empresa e ampliar seu valor de mercado, atualmente estimado em R$ 12 bilhões.
Liderança do BNDES em negociações sobre a Braskem
Em entrevista à Reuters, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, revelou — sem dar mais detalhes — que soluções estão sendo construídas, e além dos grandes bancos credores, a Petrobras também participa das discussões.
Embora a Novonor ainda deseje manter uma pequena participação na Braskem, o futuro da petroquímica dependerá de como as negociações entre governo, bancos e possíveis investidores serão conduzidas.
Dívida da Novonor dificulta venda da Braskem
A dívida da Novonor continua sendo um obstáculo significativo. Atualmente, as ações da Braskem utilizadas como garantia valem menos de um terço do total do débito.
Para os bancos conseguirem recuperar o valor devido, fontes envolvidas nas negociações apontam que as ações precisariam ser valorizadas para cerca de R$ 60, aproximadamente quatro vezes o preço atual no mercado. Nesta terça-feira (26), os papéis BRKM5 operam em queda de 0,97%, a R$ 15,28.
Além disso, a venda da participação da Novonor a um terceiro enfrenta desafios adicionais, como o acordo de acionistas com a Petrobras, segunda maior acionista da Braskem. Esse acordo pode dificultar o alinhamento estratégico entre um novo comprador e a estatal.
Negociações fracassadas
Desde 2018, a Novonor enfrentou sucessivas tentativas frustradas de venda. A LyondellBasell e os grupos brasileiros Unipar e J&F Investimentos demonstraram interesse, mas desistiram das negociações.
No ano passado, a Adnoc (de Abu Dhabi) e o Apollo Global Management fizeram uma oferta conjunta de R$ 37,5 bilhões, que também não avançou devido a questões como o desastre ambiental em Maceió, envolvendo a extração de sal-gema pela Braskem.
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