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O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (17), ultrapassando o nível de R$ 5,48 pela primeira vez em duas semanas. O aumento foi impulsionado principalmente pelo ambiente externo adverso, embora a cautela fiscal doméstica também tenha influenciado os negócios.
Intervenção do Banco do Japão afeta emergentes
A valorização do iene em relação ao dólar, devido a sinais de uma nova intervenção do Banco do Japão (BoJ) no mercado de câmbio, levou a uma liquidação de posições em moedas de países emergentes com juros altos, como o real.
Nas operações de “carry trade”, investidores tomam empréstimos em moedas de países com juros baixos, como o iene, para investir em moedas de países com taxas elevadas. Com a valorização do iene, essas operações foram parcialmente revertidas, resultando na depreciação do real.
Expectativas fiscais aumentam pressão
Apesar do impacto predominante dos fatores externos, a questão fiscal doméstica continua gerando incertezas. Declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as metas fiscais e a postura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em relação ao controle das contas públicas, mantêm o mercado atento.
Os investidores aguardam a divulgação do relatório bimestral de receitas e despesas em 22 de julho, que pode trazer medidas de bloqueio ou contingenciamento para cumprir a meta fiscal deste ano. Também há expectativa sobre a redução de despesas de R$ 25,6 bilhões no orçamento de 2025.
Dólar acelera ganhos durante a tarde
O dólar já apresentava alta pela manhã e intensificou os ganhos à tarde, chegando a R$ 5,4880. No final do dia, a moeda era negociada a R$ 5,4838, com alta de 1%. Na semana, o dólar acumula valorização de 0,97%, enquanto no mês, ainda registra uma queda de 1,87%.
Real tem desempenho fraco entre emergentes
Hoje, o real teve o segundo pior desempenho entre as principais moedas emergentes, ficando atrás apenas do peso colombiano. O índice DXY, que mede o comportamento do dólar em relação a seis moedas fortes, recuou 0,50% para 103,700 pontos, principalmente devido à queda de mais de 1,30% do dólar frente ao iene.
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