Brasil está entre os 20 piores países em taxa de investimento, projeta FMI

Via Últimas notícias – Monitor do Mercado

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta que a taxa de investimento no Brasil se estabilize entre 15% e 16% do Produto Interno Bruto (PIB) a partir de 2024 até 2029, colocando o país entre os 20 piores do mundo. Com o investimento baixo no país, o fundo espera que o país termine o ano na 20ª posição entre os 170 países analisados, com uma taxa de 15,9%. Em 2029, o Brasil deve perder uma posição, com uma taxa de 15,4%.

Em 2023, a taxa de investimento do Brasil foi de 16,1%, colocando o país na 24ª pior posição. Nos anos de 2021 e 2022, com a recuperação pós-pandemia, as taxas foram de 19,5% e 18,1%, respectivamente, melhorando temporariamente a posição do Brasil no ranking global. Desde 2010, o melhor desempenho foi em 2011, quando o Brasil ficou em 72º lugar com uma taxa de investimento de quase 22% do PIB.

De acordo com Francisco Pessoa Faria, economista sênior da LCA Consultores, em entrevista ao jornal Valor Econômico, apenas 9% dos países analisados pelo FMI teriam uma Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) pior que a do Brasil no médio-longo prazo.

Brasil está perto de mínima histórica

Historicamente, uma taxa de investimento ao redor de 15% do PIB para o Brasil é muito baixa. O percentual está perto das mínimas históricas de 14,5% registradas em 2016 e 2017. Segundo economistas, uma taxa perto do intervalo de 17% e 19% são mais adequadas.

Faria observa que as médias globais de taxa de investimento são influenciadas pela China, cuja inclusão eleva a média mundial para 26,8% de 2023 a 2029. Sem a China, essa média cai para 23,5%. Para os países emergentes, a média com a China é de 32%, mas sem o país asiático cai para 26%. Além disso, o número é inferior à estimativa para os países da América Latina, de 19,7%.

As projeções do FMI apontam que a taxa média de investimentos do mundo em 2024 deve ficar em 26,5%, enquanto as economias avançadas terminarão o ano com 22,3%.

Potencial de crescimento de investimento

Segundo o economista-chefe do Citigroup para América Latina, Ernesto Revilla, as baixas taxas de investimento no Brasil são resultado da recessão profunda de 2015 e 2016, além dos impactos da pandemia. Para ele, quebrar esse ciclo vicioso depende de fortalecer os fundamentos macroeconômicos, especialmente a sustentabilidade fiscal, e criar uma narrativa de crescimento sustentável.

Apesar das dificuldades, Revilla acredita que o Brasil possui um grande potencial para atrair investimentos devido à sua economia diversificada.

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