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Uma nova proposta entregue ao Senado poderá modificar profundamente as atuais normas de sucessão no Brasil, afetando diretamente os direitos dos cônjuges em heranças do patrimônio do falecido. Entenda os principais pontos dessa proposta e quais podem ser suas consequências no contexto das famílias brasileiras.
No Código Civil vigente desde 2002, os cônjuges possuem a denominação de herdeiros necessários. Este status garante a eles direito a, no mínimo, metade dos bens do falecido, um conceito conhecido como parte legítima da herança. Essa regra é inalterada qualquer que seja o regime de bens do casamento.
O texto proposto sugere mudanças radicais: os cônjuges deixariam de ser considerados herdeiros necessários. Eles passariam a figurar na ordem de sucessão posteriormente aos descendentes e ascendentes, podendo inclusive ser excluídos por decisão testamentária. Essa alteração possibilitaria uma maior liberdade na gestão dos bens post mortem.
A situação atual dos cônjuges como herdeiros necessários
No cenário atual, os cônjuges têm direitos sólidos garantidos pelo Código Civil. A figura do cônjuge como herdeiro necessário é uma forma de assegurar a proteção financeira e jurídica desse parceiro, independentemente do regime de bens do casamento.
Esse direito é automático e não pode ser removido, a não ser em casos muito específicos. A legislação atual visa proporcionar uma maior segurança ao cônjuge sobrevivente, garantindo que ele sempre terá uma parte dos bens como forma de sustento e continuidade de vida.
Quais são os impactos das novas mudanças na proteção dos cônjuges?
A proposta de alteração na lei de sucessões, permitindo que cônjuges sejam excluídos da herança, gera um debate acalorado sobre seus impactos na proteção dos cônjuges, especialmente em casos de desigualdade financeira.
Argumentos a favor:
Autonomia individual: A mudança é vista como um avanço na autonomia individual, permitindo que cada pessoa decida livremente sobre o destino de seus bens após a morte.
Alinhamento com decisões do STF: A proposta se alinha com decisões do Supremo Tribunal Federal de 2017, que igualaram os direitos de herança entre cônjuges e companheiros, promovendo a igualdade jurídica.
Quais são as preocupações e críticas relacionadas a essa mudança?
A mudança proposta não passa despercebida por suas potenciais consequências negativas:
Vulnerabilidade do cônjuge sobrevivente: A mudança pode deixar o cônjuge sobrevivente, especialmente em casamentos com grande disparidade financeira, em situação de vulnerabilidade econômica.
Desigualdade no controle dos bens: A possibilidade de exclusão da herança pode perpetuar a desigualdade no controle dos ativos familiares, prejudicando principalmente as mulheres, que muitas vezes dependem financeiramente do marido.
Conflitos familiares: A mudança pode gerar conflitos familiares e disputas judiciais, especialmente em casos de divórcio ou separação.
Como estão sendo conduzidos os debates no senado?
O cenário no Senado é de intensa discussão. A flexibilização das regras de sucessão divide opiniões, balanceando entre a modernização legislativa e a preservação do nível de proteção aos cônjuges. As próximas sessões no Senado prometem ser decisivas para o futuro dessa importante alteração no Código Civil.
Acompanhando os desenvolvimentos em Brasília, a sociedade aguarda com expectativa as resoluções que definirão a estrutura das famílias brasileiras no que diz respeito à transmissão de heranças. Será que teremos uma legislação mais flexível ou a segurança dos cônjuges prevalecerá? Esses debates indicarão o caminho a seguir.
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