Caso Pelicot: Esposa pode não ser a primeira vítima de Dominique, diz NYT

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Os responsáveis pela investigação de casos contra Domenique Pelicot, condenado a 20 anos de prisão pelo estupro de sua mulher Gisèle Pelicot, acreditam que o homem tenha feito outras vítimas antes da esposa. A informação é do jornal The New York Times.

 

Pelicot foi indiciado por dois outros crimes em 2022. Segundo o veículo norte-americano, o homem é apontado como o responsável pelo assassinato e estupro de uma mulher de 23 anos em 1991 e pela tentativa de estupro de uma jovem de 19 anos em 1999.

Ele admitiu ter drogado uma das vítimas. No tempo em que estava preso e aguardava o seu julgamento pelo estupro de sua mulher, Pelicot assumiu que drogou a jovem de 19 anos em Paris. Contudo, ele nega o envolvimento no caso de 1991.

Os crimes têm características semelhantes e foram unificados. Por possuírem aspectos em comum, os dois casos foram unificados em um só para as investigações. Segundo a polícia francesa, nos dois crimes, o sapato das vítimas estavam cuidadosamente colocados no cômodo. Além disso, as duas vítimas eram corretoras de imóveis na região de Paris e foram agredidas com lâminas, drogadas, amarradas e encontradas com a parte inferior do corpo despida.

A ex-esposa de Pelicot também acredita não ter sido a única. Um dos advogados de Gisèle disse em entrevista que a mulher “teme que ela mesma seja apenas a ponta do iceberg”.

Domenique Pelicot foi condenado a 20 anos de prisão em dezembro de 2024. O homem se declarou culpado das acusações de drogar, estuprar e convidar dezenas de homens para estuprar Gisèle Pelciot entre 2011 e 2020.

Outros 50 réus foram condenados. Por terem envolvimento nos crimes, outros 50 homens foram considerados culpados pelo tribunal e receberam sentenças de três a 15 anos de prisão.

Gisèle virou um símbolo feminista. Durante o julgamento, a mulher de 72 anos, escolheu abrir mão do seu direito ao anonimato e assistiu ao julgamento na mesma sala que os acusados. Ao lado de fora do tribunal, apoiadores da mulher aplaudiram os vereditos.

COMO DENUNCIAR VIOLÊNCIA SEXUAL

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados. O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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