Câmbio: Dólar recua mesmo com tarifas de Trump sobre aço

Via Últimas notícias – Monitor do Mercado

O dólar à vista fechou esta segunda-feira (10) em queda de 0,13%, a R$ 5,78. Durante a sessão, a moeda chegou a subir, chegando a R$ 5,8246 na primeira hora de negociação, mas perdeu força. No acumulado de fevereiro, a moeda registra desvalorização de 0,87% e, em 2025, de 6,38%.

Operadores destacam que o volume de negociação foi reduzido, sem alterações significativas nas posições. O contrato de dólar futuro para março movimentou menos de US$ 10 bilhões, refletindo menor liquidez no mercado.

Apesar da tendência de alta do dólar no exterior, o real registrou leve valorização, impulsionado pelo apetite de investidores estrangeiros por ativos brasileiros. A alta nos preços das commodities, como petróleo e minério de ferro, também favoreceu o movimento.

EUA anunciam tarifas sobre aço e alumínio

No mercado internacional, investidores monitoram a decisão dos Estados Unidos de impor tarifas de 25% sobre aço e alumínio. O presidente Donald Trump anunciou a medida no domingo (9), mas analistas especulam sobre um possível recuo tático, semelhante ao ocorrido com México e Canadá.

O Brasil, um dos três maiores exportadores de aço para os EUA, aguarda a evolução do cenário antes de adotar uma posição oficial. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo responderá “oportunamente” caso necessário.

Inflação e Fed

Os investidores aguardam a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, previsto para amanhã (11). A projeção mediana do mercado é de alta de 0,16%, desaceleração em relação ao aumento de 0,52% registrado em dezembro. A redução seria reflexo da inclusão do bônus de Itaipu na tarifa de energia elétrica.

No cenário externo, os mercados estão atentos aos dados de inflação ao consumidor e ao produtor nos EUA, que serão divulgados nesta semana. O Federal Reserve (Fed) indicou que a política monetária está “bem posicionada” e que acompanhará os indicadores para avaliar os impactos das medidas de Trump na atividade econômica e na inflação.

O presidente do Fed, Jerome Powell, falará no Congresso americano nesta terça-feira (11) e na quarta-feira (12), o que pode influenciar as expectativas sobre os juros nos EUA e o comportamento do dólar frente a outras moedas.

Investidores estrangeiros impulsionam real

Em entrevista ao Estadão Broadcast, o economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, disse que a valorização do real está ligada à entrada de recursos estrangeiros, impulsionada pela alta das commodities e por operações de carry trade — estratégia em que investidores tomam empréstimos em moedas de juros baixos para aplicar em moedas de juros mais altos, como o real.

Borsoi também aponta que o Brasil pode estar se beneficiando indiretamente da melhora das expectativas para a economia chinesa. “Investir diretamente na China é difícil, e a bolsa local está em rali. Comprar ativos de países expostos à economia chinesa, como o Brasil, é uma alternativa”, explica.

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