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O dólar fechou em forte alta de 1,78%, cotado a 5,52, nesta sexta-feira (20). O movimento encerrou a sequência de sete quedas seguidas e colocou o real como o pior desempenho entre as principais moedas de mercados emergentes e exportadores de commodities.
Crise no IBGE e cenário fiscal dólar
O aumento da tensão no mercado veio principalmente após o sindicato dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Assibge-SN, convocar um ato de protesto contra o presidente da instituição, Marcio Pochmann.
O evento, marcado para a próxima quinta-feira (26), foi interpretado pelos investidores como um sinal de fragilidade do governo federal, gerando preocupações sobre a capacidade de gestão e de aprovação de emendas no Congresso.
A situação política também contribuiu para a desvalorização do real, mas o cenário fiscal do país também exerceu uma pressão adicional sobre a moeda.
A expectativa pela divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 4º bimestre pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), prevista para o fim do dia, aumentou a aversão ao risco entre os investidores. No entanto, a coletiva de imprensa tradicional só ocorrerá na segunda-feira, prolongando a incerteza no mercado.
Selic e tensões externas adicionam pressão
Outro fator de preocupação para os investidores é a política monetária brasileira. O Comitê de Política Monetária (Copom) indicou um tom mais hawkish (rigoroso) em sua última reunião, o que aumentou as expectativas de uma nova alta de 0,50 ponto percentual na taxa Selic. A possibilidade levou a uma movimentação no mercado de futuros, impulsionando a curva de juros e, consequentemente, o dólar.
A escalada das tensões geopolíticas no Oriente Médio, com ataques israelenses ao Líbano, também contribuiu para a alta do dólar, que se fortaleceu frente a outras moedas, como o iene japonês.
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