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As ações da Azul (AZUL4) subiram 11,18% nesta terça-feira (26), liderando as altas do Ibovespa, influenciadas pela expectativa de que a empresa faça uma oferta privada até o fim de outubro, para captar até US$ 400 milhões. O novo prazo surpreende a expectativa anterior do mercado, de que a operação acontecesse apenas entre abril e maio de 2025.
Em agosto, a empresa fechou acordo com 90% dos arrendadores, com previsão de atingir a totalidade nos próximos dias, conforme divulgado pela revista Exame.
No atual cenário protagonizado pela Azul, um acordo com os arrendadores seria crucial para que a companhia recebesse sinal verde dos bondholders (detentores de títulos) para a nova injeção de capital. O objetivo da empresa com o acordo é converter em ações os atuais US$ 600 milhões de dívida.
Cotação das ações da Azul
Na tarde desta quinta-feira, as ações da Azul passaram a liderar ganhos no Ibovespa, registrando alta de 11,18% (R$ 5,67), com expectativa de conclusão da negociação com arrendadores.
Os papéis da companhia aérea estão entre os mais negociados, após serem impactados pela forte volatilidade do mercado nas últimas semanas.
Detalhes da oferta privada da Azul
Com a oferta privada, a Azul pretende levantar o montante de US$ 300 milhões a US$ 400 milhões com seus credores financeiros, utilizando como garantia sua empresa de logística, a Azul Cargo, avaliada em US$ 800 milhões.
Ao aceitar o acordo, os arrendadores passariam a deter entre 20% e 22% do capital social da companhia, com valor estimado de R$ 30 por ação, negociado muito acima do preço atual, de R$ 5,10.
As estratégias utilizadas pela empresa na negociação seguem os mesmos padrões das negociações realizadas em 2023 com a Tudo Azul, do programa de fidelidade, como garantia.
Cenário otimista
Além da oferta privada para quitação da dívida, a companhia aérea tem mais oportunidades de adquirir capital e recuperar sua classificação no mercado. Ao privatizar a TAP, a Azul passa a cobrar cerca de R$ 1 bilhão emprestado à companhia aérea portuguesa em 2016.
Outro fato relevante nessa onda de otimismo da Azul foi a recente aprovação das linhas de crédito para aéreas garantidas pelo Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac), de um montante de cerca de R$ 5 bilhões, que deve ser disponibilizado ainda em 2024.
Rebaixamento da classificação
Devido ao aumento do risco de refinanciamento da Azul e o perfil de fluxo de caixa mais fraco com a depreciação do real, este mês a Fitch Ratings rebaixou os ratings de default do emissor (IDRs) em moeda estrangeira e local de longo prazo da Azul (AZUL4) de ‘B-‘ para ‘CCC’.
A empresa também teve sua classificação na escala nacional rebaixada de ‘BB(bra)’ para ‘CCC(bra)’. O rebaixamento ocorreu um dia após a Moody’s cortar a nota de crédito da companhia.
A empresa também teve as notas seniores garantidas da Azul Secured Finance LLP rebaixadas, de ‘B-‘/’RR4’ para ‘CCC’/’RR4’ e as notas não garantidas da Azul Investments LLP de ‘CCC+’/’RR5’ para ‘CC’/’RR6’.
Histórico de negociações
Em 2023, a Azul estava em busca de um acordo com os arrendadores, com o objetivo de converter a dívida em equity. Nessa negociação, os credores receberiam ações preferenciais ao valor de R$ 36 cada, com alongamento dos prazos de vencimentos, enquanto eram negociadas acima de R$ 20.
Entre os detalhes do acordo, a conversão ocorreria a partir de janeiro de 2025, com validade de três anos e a empresa compensando o caixa em mais ações.
O mercado não foi muito receptivo à proposta, temendo uma possível diluição ou queima de caixa, o que levou ao derretimento do valor da ação.
No período de 12 meses, os papéis da Azul recuaram cerca de 65%, de modo que a aérea voltasse à estratégia inicial, com uma nova proposta de negociação apta a reverter os atuais impactos sobre as ações negociadas na bolsa de valores.
Imagem: Divulgação
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