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O ex-ministro da Justiça Luiz Paulo Barreto encerrou sua passagem de 11 anos pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Barreto foi ministro durante o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2010.
Na CSN, de Benjamin Steinbruch, ele ocupou o cargo de diretor corporativo institucional desde novembro de 2013, atuou em áreas estratégicas como departamento jurídico, relações governamentais e comunicações. Sua saída não foi noticiada pela empresa, mas já foi confirmada por fontes ouvidas pelo Monitor do Mercado.
A saída ocorre em um momento difícil para o setor siderúrgico nacional, que luta contra a entrada do aço da China, no mercado brasileiro. E particularmente difícil para a CSN, que sofreu um revés em sua disputa pela participação na concorrente Usiminas.
Em julho, a companhia foi obrigada a reduzir sua participação na Usiminas de 12,9% para menos de 5% de seu capital social. A medida, segundo noticiado, serviria para garantir a concorrência no setor siderúrgico, já que a CSN chegou a deter 17,43% da Usiminas, tornando-se a maior acionista individual da siderúrgica mineira.
Ações da CSN oscilam em meio a cenário desafiador
As ações da CSN (CSNA3) acumulam uma queda de 37% desde o início de 2024. A volatilidade reflete os desafios enfrentados pela empresa. No entanto, no último mês, houve uma leve recuperação de 6%.
O novo fôlego pode ser, em parte, reflexo da decisão do governo, que, em abril, topou o pedido das siderúrgicas para aumentar para 25% o imposto de importação sobre 11 produtos de aço.
A medida estabelece cotas de volume para controlar a entrada dos produtos. Se o limite for ultrapassado, a nova alíquota será aplicada, elevando os custos de importação.
A decisão de elevar as tarifas atende a um pedido antigo das siderúrgicas brasileiras, incluindo a CSN e a Gerdau, que vêm denunciando a “invasão” do aço chinês no mercado interno. A pressão por proteção é justificada pela alegação de que os preços praticados pelos chineses não permitem concorrência justa. O impacto dessa medida, no entanto, ainda é incerto, pois há quem defenda que ela pode elevar os preços no mercado interno e afetar setores que dependem de insumos siderúrgicos.
Reestruturação interna e incertezas para o futuro
A saída de Luiz Paulo Barreto marca uma transição importante para a CSN. Sua experiência como ministro de Lula certamente traz um diferencial na condução de relações governamentais, um aspecto crucial para uma empresa que frequentemente negociam com o governo e discutem regulações setoriais.
Os próximos passos de Barreto não foram divulgados. Segundo seu perfil no LinkedIn, ele segue como membro do Conselho Jurídico Superior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP).
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