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No cenário do futebol brasileiro, o Palmeiras era, até pouco tempo atrás, uma equipe que necessitava se reestruturar após o segundo rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Entre 2013 e 2015, o clube estava distante de ser uma potência na formação de talentos. No entanto, sob a gestão do então presidente Paulo Nobre e com a contratação de João Paulo Sampaio para a coordenação da base, o Palmeiras iniciou um projeto audacioso para se tornar uma referência na formação de atletas.
Reestruturação Administrativa e Investimento em Talentos
O clube enfrentava desafios significativos na estrutura da base. Possuía mais assistentes sociais e psicólogos do que profissionais dedicados ao trabalho de campo. Uma das primeiras mudanças foi a reorganização dos departamentos, aumentando o número de técnicos e captadores de novos talentos. Hoje, o Palmeiras conta com 12 treinadores e oito captadores distribuídos em quatro regiões do Brasil.
Essa nova abordagem transformou o clube, que investe cerca de R$ 30 milhões por ano na base. O investimento inicial era de R$ 17 milhões, um valor que tem se mostrado eficiente na revelação e venda de jovens jogadores para o futebol internacional.
Metodologia Inovadora: Formação Além do Campo
Uma das práticas inovadoras implementadas foi o conceito de “autonomia e liberdade” na formação dos jogadores. No Centro de Treinamento da base, o campinho de terra tornou-se um laboratório de experiências para atletas de 10 a 15 anos. Os meninos escolhem suas equipes, decidem as substituições e vivenciam o papel do treinador, desenvolvendo senso de responsabilidade e tomada de decisão.
Além disso, as viagens internacionais compõem uma parte essencial da formação. Jogadores do Sub-11 a Sub-20 participam de torneios no exterior, aprendendo a se adaptar a diferentes culturas e estilos de jogo, o que os prepara para uma carreira global.
Impacto Econômico e Reconhecimento Internacional
O impacto das mudanças na base do Palmeiras não é apenas esportivo, mas também econômico. As negociações de talentos como Gabriel Jesus, Endrick e Luiz Guilherme trouxeram receitas substanciais para o clube. Paralelamente, a folha salarial é reduzida significativamente com a integração dos jovens ao time profissional, que ganham, em média, 13 vezes menos que jogadores contratados externamente.
O clube também obtém lucro com os direitos de formação de jogadores que não têm espaço no time principal, mas negociados com outras equipes. Atualmente, o Palmeiras possui percentuais sobre direitos de 114 jogadores que atuam fora do clube.
Perspectivas Futuras e Compromisso com a Excelência
Mesmo com o sucesso alcançado, a coordenação da base do Palmeiras se mantém focada em aprimorar continuamente o processo de formação. A filosofia de “não revelo ninguém, quem revela é o clube” reflete o comprometimento com o desenvolvimento dos próximos talentos. Com estas iniciativas, o Palmeiras não apenas se reafirma como um celeiro de craques, mas também como um exemplo de gestão no futebol brasileiro.
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