China realiza novo corte de juros e impulsiona commodities

Via Últimas notícias – Monitor do Mercado

O Banco do Povo da China (PBoC) reduziu na noite deste domingo (20) duas de suas principais taxas de juros em 25 pontos-base, visando alcançar a meta de 5% do PIB e apoiar o crescimento econômico do país.

A chamada Loan Prime Rate (LPR), ou Taxa Prime de Empréstimo, de um ano caiu de 3,35% para 3,1%. Já a LPR para empréstimos com prazos superiores a cinco anos foi reduzida de 3,85% para 3,6%.

A Loan Prime Rate (LPR) é a taxa de referência utilizada pelos bancos comerciais chineses para definir as taxas de juros de seus próprios empréstimos e funciona de forma semelhante à taxa Selic no Brasil, que influencia os juros cobrados em financiamentos e empréstimos no mercado local.

Essas mudanças afetam diretamente o custo dos empréstimos no país e refletem os esforços do governo chinês para incentivar a economia, que vem enfrentando uma desaceleração.

Após o anúncio do corte de juros, no mercado local, as bolsas encerraram majoritariamente em leve alta. Hong Kong fechou em queda, pressionada pelas ações de tecnologia.

Expectativas com o novo corte de juros da China

Com a redução das taxas de juros na China, o mercado local tem expectativa de que o corte estimule o consumo e os investimentos, já que o custo do crédito se torna mais barato. No entanto, a reação ao novo estímulo à economia do país ainda é tímida, com certa insegurança sobre a retomada econômica.

Alguns analistas, como Zichun Huang, da Capital Economics, alertam que a medida pode não ser suficiente para aumentar significativamente a demanda por crédito. Segundo ele, uma recuperação econômica mais robusta na China dependeria de estímulos fiscais, além da flexibilização monetária.

O banco chinês já realizou uma sequência de incentivos econômicos, tais como o corte de 50 pontos-base na taxa de compulsório dos bancos em 24 de setembro e de 20 pontos na taxa de referência de operações compromissadas de sete dias, dando início ao estímulo mais agressivo desde a pandemia, em apoio principalmente ao setor imobiliário e ao consumo. Em setembro, também houve uma redução na taxa do instrumento de empréstimo de médio prazo em 30 pontos-base.

Operações com mecanismo de swap

O Banco Central da China também iniciou nesta segunda-feira (21) as primeiras operações com mecanismo de swap, com uma taxa de 20 pontos-base, para reforçar o mercado de ações.

Essas operações, que visam a troca de ativos no valor de 50 bilhões de iuanes (7 bilhões de dólares) com corretoras, fundos e seguradoras, reúnem proximadamente 20 instituições.

Influência sobre as commodities e mercado global

Ainda que o mercado venha reagindo de forma tímida à nova medida de estímulo econômico do governo chinês, a valorização do minério de ferro vem segurando os ganhos da Bolsa com empresas de mineração e siderurgia subindo majoritariamente: as ações da Usiminas, têm valorização de 2,45%, negociadas a R$ 6,27; seguida por CSN Mineração, que avança 0,51%, a R$ 5,96 e CSN, com um aumento de 0,43%, negociada a R$ 11,72.

As ações da vale apresentam leve alta de 0,17%, enquanto Gerdau segue na contramão, em queda de 0,11%.

O que esperar da China nos próximos meses?

O PBoc já realizou sete cortes nos juros desde julho. Nesse cenário, os economistas preveem que o banco possa continuar flexibilizando suas políticas nos próximos trimestres, entretanto, a eficácia dessas medidas ainda dependerá de outros fatores, como o nível de endividamento das famílias e empresas chinesas, além da resposta do governo a desafios fiscais.

A Capital Economics não acredita que uma flexibilização seja suficiente para aumentar a demanda por empréstimos e uma reviravolta no crescimento do país exigiria uma resposta fiscal maior. Ainda, a consultoria estima um corte de 40 pontos-base nas taxas de referência de 2025.

*Com informações da agência de notícias CMA

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