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A Abra, holding controladora da Gol (GOLL4), e a Azul (AZUL4) estão avançando nas discussões para uma possível fusão. As empresas devem assinar, nas próximas semanas, um memorando de entendimento (MOU, na sigla em inglês) que delineará as condições para a união dos negócios, segundo informações do Valor Econômico.
Fontes próximas às negociações apontam que o processo depende de diversos fatores, como a conclusão da reestruturação financeira da Gol nos Estados Unidos, no âmbito do “Chapter 11”.
Nesta manhã, as ações das companhias aéreas dispararam desde a abertura do pregão, alcançando máximas acima dos 15% cada uma. Por volta das 11h30, os papéis AZUL4 subiam 4,51%, enquanto GOLL4 avançavam 11,61%.
Estruturação do acordo entre Gol e Azul
O MOU deverá abordar pontos-chave como governança, estrutura de capital e os modelos operacionais a serem adotados. Entre as possibilidades discutidas, está a criação de uma “corporation” — empresa sem controlador definido — mantendo as marcas Gol e Azul, prática comum em consolidações recentes no setor de aviação.
Outra alternativa seria uma joint venture entre as empresas, similar ao acordo de compartilhamento de assentos (codeshare) já existente. A reestruturação da Gol, prevista para ser concluída até abril, é considerada essencial para avançar com as negociações.
A fusão entre Gol e Azul faz parte de uma tendência maior de consolidação no setor de aviação global. Grandes líderes do segmento, como o CEO da Azul, John Rodgerson, e o presidente da Avianca, Frederico Pedreira, já defenderam a necessidade de fusões para fortalecer as companhias diante de desafios econômicos e aumento nos custos operacionais.
Pressão da concorrência e cenário econômico
A consolidação é vista como uma resposta à crescente competitividade da Latam, que se fortaleceu após sua reestruturação financeira. Fontes destacam que o cenário desafiador, marcado pela volatilidade do dólar e juros altos, também pressiona Gol e Azul a buscar sinergias.
“Azul e Gol precisam de uma estrutura robusta para competir com a eficiência e ampla cobertura da Latam na região”, afirma uma fonte ligada às negociações.
Avaliação do BTG Pactual
O BTG Pactual classifica o possível acordo como complexo, devido às aprovações regulatórias necessárias e aos desafios relacionados à governança e ao capital exigido. Juntas, Gol e Azul representam cerca de 60% do mercado aéreo brasileiro, o que pode atrair questionamentos de órgãos antitruste.
Apesar disso, os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia apontam que as perdas de valor no setor aéreo pós-pandemia e as tensões cambiais podem impulsionar o avanço do acordo.
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