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A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (29) que a bandeira tarifária de energia elétrica para dezembro será verde, o que significa que não haverá cobrança adicional nas contas de luz. A bandeira verde já havia sido adotada ao final de 2023 e, com essa nova decisão, encerrará também o ano de 2024 sem acréscimos tarifários.
Segundo a estrategista de inflação da Warren, Andréa Angelo, essa mudança de bandeira não deve impactar o IPCA anual, causando apenas um efeito no índice mensal. A especialista estima que a contribuição da bandeira verde para o IPCA de dezembro será de -11 pontos-base (bps).
Na variação do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de novembro, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), o item tarifa de eletricidade residencial foi o principal item que influenciou o índice que mede a inflação no período. Na última semana de novembro, registrou queda de 0,13%, após registrar uma alta de 0,04% na semana anterior.
Bandeira tarifária verde e impacto no IPCA
A Warren Investimentos divulgou suas projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro e dezembro. Segundo o relatório, o IPCA de novembro deve registrar uma alta de 0,34%, enquanto dezembro deve fechar com 0,61%. A estimativa é que o índice encerre 2024 com uma alta acumulada de 4,90%.
O IPCA é o principal indicador da inflação no Brasil e mede a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços para o consumidor final. Ele é utilizado como referência pelo Banco Central para definir a política de juros, que influencia o custo de crédito e o retorno de investimentos em renda fixa e variável.
A partir dessa definição, é possível estabelecer a relação entre a tarifa da energia elétrica e a inflação por período. Uma vez que a projeção da Warren Investimentos, a mudança bandeira tarifária para verde pode contribuir para manter o IPCA dentro do previsto.
Segundo Homero Guizzo, da Terra Investimentos, a bandeira verde já estava prevista, evitando um IPCA próximo de 5% em 2024. “Assumimos a manutenção da bandeira verde até maio/25 e retorno em dezembro/25, com previsão de IPCA 4,84% em 2024 e 4,25% em 2025”, disse.
Cenário hidrológico mais favorável
Desde o início de novembro, os preços do mercado de energia, medidos pelo Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), vêm caindo. O PLD reflete o custo da energia no mercado de curto prazo e é influenciado pelas condições de oferta e demanda, além de fatores climáticos.
O PLD médio de novembro ficou em R$ 106/MWh, bem abaixo do valor registrado em outubro, que foi de R$ 484/MWh. A previsão para os próximos meses, exceto janeiro de 2025, é que o preço médio continue próximo ao mínimo regulatório da Aneel, de R$ 61,07/MWh, refletindo um cenário hidrológico mais favorável para o setor.
*Com informações da agência de notícias CMA
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