Atraso do La Niña: entenda como isso afeta o clima no Brasil

Via Últimas notícias – Monitor do Mercado

O fenômeno climático conhecido como La Niña ganhou destaque nos últimos meses devido à expectativa de sua manifestação em setembro de 2024. Conforme a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), essa previsão não se concretizou, trazendo incertezas quanto aos seus efeitos no clima brasileiro.

A ausência de La Niña em setembro é atribuída a uma série de fatores climáticos complexos que influenciam sua formação. Fatores como a Oscilação de Madden-Julian (MJO) e o Global Atmospheric Angular Momentum (GLAAM) desempenham papéis críticos nesse processo, afetando diretamente o clima em diversas regiões do Brasil.

Quais são os fatores que influenciam a La Niña?

A Oscilação de Madden-Julian, uma faixa de nuvens e tempestades tropicais, desloca-se do sudeste asiático em direção ao Oceano Pacífico. Esse movimento adiciona umidade às regiões Centro-Oeste e Norte do Brasil, áreas que mais sofrem com a escassez de chuva. Ao mesmo tempo, ventos mais fortes em altitudes elevadas, indicados pelo GLAAM em fase positiva, influenciam a dinâmica climática do Hemisfério Sul.

O vórtice polar antártico, reforçado por ventos fortes, ajuda a manter o ar frio sobre a Antártica, diminuindo o risco de ondas de frio no Brasil. Essa confluência de fatores pode atrasar ou suavizar a manifestação de uma La Niña significativa, sugerindo uma ocorrência menos intensa e de curta duração.

Os impactos da La Niña no clima brasileiro

A expectativa é que a La Niña aumente as precipitações em algumas regiões específicas do Brasil, principalmente no Centro-Oeste, Sudeste e Norte. Regiões afetadas pela seca, como Minas Gerais, podem finalmente experimentar chuvas significativas, aliviando a condição crítica. Já o Centro-Oeste e o Sudeste poderiam ver intensificados os sistemas de baixa pressão, favorecendo chuvas volumosas.

No entanto, os efeitos não são uniformes. Enquanto algumas regiões se beneficiam de umidade adicional, outras, como o Sul e parte do Sudeste, podem enfrentar períodos de estiagem, em razão da redução dos padrões de chuva que o fenômeno pode gerar.

Vista do pára-brisas do carro durante chuva – Créditos: depositphotos.com / 404045

Como a previsão do tempo se altera com La Niña?

O fenômeno La Niña destaca-se por seu impacto diferenciado conforme a localização geográfica. No Brasil, a variabilidade climática é visível, refletindo-se na previsão do tempo para diversas capitais. Cidades do Norte, como Belém e Manaus, podem ter mais chuvas, enquanto as da região Sul, como Porto Alegre, podem enfrentar climas mais nublados e ventosos.

Em contraste, regiões do Nordeste, como Recife e Fortaleza, tendem a ter sol entre nuvens, com eventuais pancadas de chuva. Já no Sudeste, São Paulo e Belo Horizonte podem experienciar chuvas rápidas e dias nublados.

O que podemos esperar do La Niña em 2024?

Diante das condições climáticas observadas, a neutralidade climática deve prevalecer, sem ativação plena do fenômeno La Niña em 2024. Com a interação contínua de fatores como MJO e GLAAM, a possibilidade de um La Niña mais suave e de curta duração permanece, oferecendo alívio para algumas regiões, enquanto impõe desafios a outras.

Com base nos dados disponíveis, a adaptação e preparação para variações climáticas se tornam cruciais. À medida que o ano avança, a compreensão dos impactos do La Niña e seu monitoramento constante ajudarão a mitigar potenciais adversidades associadas a este fenômeno climático.

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