“Malu” é inspirado na vida da atriz Malu Rocha, que é mãe do diretor Pedro Freire, mas não é uma biografia. Pedro, que com o filme estreia na direção de longas, trouxe muito de sua vivência e da irmã Isadora com a mãe para as dinâmicas de Joana e Malu. É no encontro entre as memórias e o roteiro construído que Malu fala das relações, dos conflitos de geração e das expectativas e do amor em família.
“Manas”, de Marianna Brennand, premiado na seção Giornate degli Autori do Festival de Veneza 2024, foi um dos filmes também mais festejados deste Festival do Rio e deu a Jamily Correa o Prêmio Especial do Júri.
No longa, rodado no Pará, ela é uma menina que vive com a família em uma casa simples na beira do rio no Amapá. Quando chega à puberdade, começa a despertar os olhares de cobiça do próprio pai (vivido por Rômulo Braga). Com delicadeza e força, “Manas”, que é a estreia na ficção de Marianna, é um filme forte, seguro e que emociona sem nunca explorar a realidade das tantas meninas que sofrem violência intrafamiliar.
Destaque também para Luciano Vidigal, que por ” Kasa Branca” levou o Redentor de Melhor Direção. Esta foi a primeira vez que um realizador negro recebeu este prêmio. “O Nós do Morro está completando 38 anos de resistência. Quando eu estou aqui eu não estou sozinho. Quando um homem preto sobe aqui, ele não está sozinho. É importante ressaltar que eu sou o único diretor preto da Première, de ficção e não ficção, mas eu estou com meus ancestrais, porque quando a gente escolhe a narrativa preta é com cuidado, com respeito, com carinho, com poesia. É buscar isso que aí a glória vem. É isso que está acontecendo”, agradeceu Vidigal.
“Então, eu agradeço muito o festival, ao júri, pela sensibilidade por ter entendido esta busca pela poesia. Eu gosto de falar do povo porque o povo brasileiro é muito rico. E aí eu lembro de uma frase muito legal, que é um africano, que diz assim: ‘O amor sempre encontra o caminho para casa.’ Então é sobre isso, é falar da pele preta com amor, com sutileza, com afeto, porque a gente é isso. E aí quebra os estereótipos, tá. Viva o povo brasileiro, viva o cinema brasileiro. E a gente está aí para isso: Quebrar estereótipos!”, completou o diretor.
Kasa Branca conta a história de Dé, um adolescente negro da periferia da Chatuba, no Rio de Janeiro, que recebe a notícia de que sua avó, Almerinda, está na fase terminal da doença de Alzheimer. Ele conta com a ajuda de seus dois melhores amigos, Adrianim e Martins, para enfrentar o mundo e aproveitar os últimos dias de vida com ela.
Publicitário e Jornalista.