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A BMW anunciou um novo ciclo de investimentos no Brasil, com aporte de R$ 1,1 bilhão destinado à fábrica de Araquari, em Santa Catarina. O investimento deve ocorrer de 2025 a 2028 e será voltado ao desenvolvimento de veículos com maior eficiência energética, inclusive modelos híbridos e elétricos.
O anúncio, que aconteceu nesta sexta-feira (4) por Milan Nedeljkovic, membro do Conselho de Administração e produção da empresa, vem como um marco na história da BMW no Brasil, dez anos após fabricar seu primeiro veículo no país.
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), há projeções de investimentos de montadoras no Brasil de aproximadamente R$ 125 bilhões até 2033.
Investimento em eficiência no Brasil
Nedeljkovic ressalta que a fábrica da BMW em Araquari é uma das mais versáteis do mundo, com capacidade de produção de veículos a gasolina, flex ou híbridos simultaneamente. A unidade já produz os modelos BMW X1, BMW X3, BMW X4 e o BMW Série 3 Active Flex.
Está prevista para até 2028 uma parte do investimento destinado à produção de um novo modelo BMW na planta de Araquari, além da produção do novo BMW X5 PHEV, que atualmente é o modelo mais tecnológico e sofisticado já produzido pela empresa na América do Sul.
Com o início oficial da produção nas próximas semanas, a unidade de Araquari será a única em toda a rede de produção do BMW Group com produção de modelos com motor a combustão, híbridos plug-in e modelos “flexfuel”.
A fabricação dos novos modelos anunciados pela BMW faz parte de um conjunto de melhorias nas unidades de negócios no Brasil, com reforço do desenvolvimento em termos de digitalização e conectividade, dentro de uma rede de desenvolvimento global. Dispositivos avançados como a Digital Key, o My BMW App, o My MINI App e o Intelligent Personal Assistant já estão em desenvolvimento nas instalações de Araquari e no escritório de São Paulo.
Processo de eletrificação da BMW
Segundo Nedeljkovic, o Grupo BMW deve iniciar o processo de eletrificação a partir do lançamento de modelos híbridos, que podem ser seguidos por modelos apenas a bateria. No entanto, ainda não há previsão para início da produção de veículos 100% elétricos.
BMW na crise das montadoras no Brasil
A decisão do Grupo BMW começar a produzir no Brasil ocorreu ainda em 2011, antes da alteração nas tarifas que levaram ao regime de cotas e na sobretaxa de veículos importados, e o primeiro modelo desenvolvido foi desenvolvido três anos depois, um sedã Série 3 branco, com motor flex, à época comercializado a R$ 134.950 e que hoje valorizou pouco mais que o dobro do valor.
Nesse momento, a BMW planejava uma superprodução de 32 mil carros por ano, mas os planos da empresa foram atrapalhados pela grande crise no setor automotivo, impedindo a expansão dos carros de luxo no Brasil.
Em 2021, ano do lançamento da fábrica de Santa Catarina, foi o início da debandada das montadoras do Brasil, com a Ford sendo a primeira a sair após ser fortemente afetada pela turbulência em meio à inflação e pandemia de Covid-19, seguindo depois para uma crise sem precedentes em 2023, com o mercado impactado pelo encarecimento do crédito (com a alta taxa de juros mantida no Brasil), a redução do poder de compra, o aumento da inadimplência de veículos, que atingiu o maior patamar desde 2013, e a escassez global de semicondutores, os microchips.
Momento otimista para montadoras no Brasil
A BMW não é a primeira a anunciar grandes investimentos no Brasil este ano. Em setembro, a General Motors (GM) divulgou ao mercado o aporte de R$ 5,5 bilhões em São Paulo, de um pacote de R$ 7 bilhões que deve acontecer entre 2024 e 2028, voltados ao desenvolvimento de motores híbridos flex e modernização das instalações empresa no Brasil.
Além desse anúncio, há um movimento de retorno também das montadoras chinesas: as já conhecidas do mercado, Chery e BYD, além da GWM, que já tem operações em desenvolvimento no Brasil.
Atualmente, o Grupo BMW tem estimativa de que a produção de modelos da marca no Brasil alcance 11 mil unidades por ano. Maru Escobedo, presidente do BMW Group Brasil, informou que a produção deve seguir a demanda e pode aumentar conforme o crescimento do mercado.
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