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Após uma queda de 7,8% no primeiro semestre de 2024, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, registra uma alta de 4,5% no segundo semestre. A Bolsa respira, mas o índice está sem fôlego para subir, mostrando que a recuperação não é tão sólida quanto parece.
A alta dos últimos meses foi puxada por apenas 36% das 86 ações que compõem o Ibovespa, enquanto em 2023, durante o salto de 22,28%, ele foi sustentado por 51% das ações.
A fraqueza da recuperação da Bolsa, que se tornou dependente de poucos papéis, é o assunto do último episódio do podcast Ligando os Pontos, com Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado.
Dependência de Vale e Petrobras
Parte dessa alta recente se deve ao desempenho das empresas de maior peso no índice, como Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3 e PETR4), que juntas representam cerca de 24% do índice.
A dependência dessas companhias torna o Ibovespa suscetível a fatores externos, como mudanças na política chinesa (que afetam a Vale) ou decisões do governo federal (que influenciam a Petrobras).
A saúde do mercado é uma miragem?
Eduardo Marzbanian, analista técnico de ações, explica que altas sustentadas por poucas ações são mais suscetíveis à volatilidade e menos consistentes. A ausência de uma base ampla de papéis em alta enfraquece o índice e aumenta o risco de queda em caso de mudanças nas variáveis econômicas.
Tendência de queda para os próximos períodos
Indicadores como o Market Breadth (amplitude de mercado), que analisa a tendência de alta ou baixa das ações do Ibovespa, mostram que 35% das ações estão em clara tendência de queda, enquanto apenas 10% estão em tendência de alta.
O cenário, revelado por dados da casa de análise PhiCube, reforça a perspectiva de que a alta atual pode não se sustentar.
Exportadoras se beneficiam da alta do dólar
Entre as poucas ações que impulsionam o índice, estão as exportadoras, como empresas de proteína animal. A alta do dólar, que ultrapassou R$ 5,60, beneficiou essas empresas, uma vez que seus produtos ficam mais competitivos no mercado internacional.
Contudo, a valorização do dólar também gera pressões inflacionárias no Brasil, o que pode levar a novos aumentos na taxa de juros, impactando a economia local.
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