BTG mantém portfólio defensivo na Carteira Recomendada 10SIM

Via Últimas notícias – Monitor do Mercado

Nesta segunda-feira (3), o BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, fez três alterações na sua Carteira Recomendada 10SIM (melhores 10 ações do mês) para fevereiro.

As ações incluídas foram: B3, Embraer e Cury, substituindo Itaú, JBS e Marcopolo, respectivamente. Dessa forma, a seleção deste mês tem as seguintes empresas:

  • Petrobras (PETR4) com 15%;
  • B3 (B3SA3) com 10%;
  • WEG (WEGE3) com 10%;
  • Embraer (EMBR3) com 10%;
  • Eletrobras (ELET3) com 10%;
  • Suzano (SUZB3) com 10%;
  • BB Seguridade (BBSE3) com 10%;
  • Sabesp (SBSP3) com 10%;
  • Tim (TIMS3) com 10%; e
  • Cury (CURY3) com 5%;

“Portfólio defensivo” é mantido

O aumento da taxa de juros, a falta de possíveis catalisadores de curto prazo e o cenário fiscal “altamente incerto” fizeram banco manter um portfólio mais defensivo, focado em ações boas no curto prazo, que pagam bons dividendos e que se beneficiam de um dólar mais valorizado.

Cenário fiscal compromete mercado de ações

Apesar da forte recuperação em janeiro, a confiança na sustentabilidade da dívida pública atingiu um dos menores patamares dos últimos anos. Para o BTG, sem reformas estruturais para conter o crescimento da dívida, a perspectiva de uma recuperação duradoura do mercado acionário brasileiro segue limitada.

Inflação e alta dos juros

O cenário macroeconômico também adiciona desafios ao mercado. A projeção dos analistas do BTG Pactual indica que a inflação deve encerrar 2025 em 5,8% e 2026 em 4,4%, acima da meta de 3% do Banco Central (BC).

Para combater a alta dos preços, desde setembro de 2024, o BC elevou a Selic em 2,75 ponto percentual (pp) — ou 275 bps —, chegando a 13,25% na última quarta-feira (29). E já sinalizou um novo aumento de 1 pp em março.

Apesar da ausência de confirmações no comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) ter sido um dos fatores que deu impulso a Bolsa brasileira, o banco espera mais duas altas de 0,5 pp em maio e junho, levando a taxa Selic a 15,25% — o nível mais alto desde 2006.

Sobre a possibilidade de cortes antes do esperado: “a equipe econômica do BTG Pactual continua cética quanto à existência de espaço para que as taxas comecem a cair este ano”, diz a análise.

Cenário internacional favorável ajuda Bolsa

A alta do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que encerrou janeiro com alta de 4,9% em reais e 11% em dólares, foi fortemente impulsionada por um cenário internacional favorável.

No final de 2024, as promessas de Donald Trump sobre políticas comerciais e de imigração geraram preocupações sobre a inflação nos Estados Unidos, elevando os rendimentos dos títulos do Tesouro americano. Esse movimento pressionou as taxas de juros no Brasil e contribuiu para a queda da Bolsa.

Em janeiro, as tarifas anunciadas inicialmente por Trump foram menos agressivas do que o esperado, revertendo o prejuízo e levando as taxas reais americanas de 10 anos a uma queda de 12 pontos-base (bps). O efeito positivo também chegou no Brasil, ajudando o mercado de ações.

Por outro lado, na China, os estímulos econômicos anunciados recentemente não atenderam às expectativas, levantando dúvidas sobre a recuperação do consumo e a estabilização do mercado imobiliário.

Ajustes entre os bancos

A exposição aos bancos na Carteira Recomendada foi alterada, incluindo B3 no lugar do Itaú, que apresentou forte desempenho. De acordo com o BTG, a B3 tem um modelo de negócios mais diversificado e menor dependência das negociações de ações. Além disso, projeta um rendimento de dividendos (dividend yield) de cerca de 10%.

Outra manutenção estratégica foi a BB Seguridade, que se beneficia das taxas de juros elevadas e deve continuar pagando dividendos atrativos, com dividend yield estimado em 11%.

Exposição ao dólar segue inalterada

A participação de ativos expostos ao dólar continua em torno de 30% da carteira. Suzano, produtora de papel e celulose, e Weg, do setor industrial, seguem no portfólio.

A Petrobras segue no portfólio devido à sua correlação com os preços internacionais do petróleo e à política de distribuição de dividendos, com um dividend yield mínimo de 12%. A estatal permanece como uma das principais recomendações para o ano.

Entretanto, JBS foi substituída pela Embraer, com expectativa de que a fabricante de aeronaves apresente resultados sólidos no quarto trimestre e revise suas projeções de crescimento, o que pode impulsionar suas ações.

Mudança em Small Caps

No segmento de Small Caps, a Marcopolo foi substituída pela Cury, construtora focada em habitação popular. O programa habitacional Minha Casa Minha Vida tem impulsionado empresas do setor, melhorando sua geração de caixa e tornando algumas delas grandes pagadoras de dividendos.

A TIM segue na carteira, com projeção de pagamentos de dividendos que podem chegar a 16% do seu valor de mercado nos próximos 15 meses.

Serviços básicos mantêm presença na carteira

A Carteira Recomendada manteve exposição ao setor de serviços essenciais, com destaque para Sabesp e Eletrobras, ambas recentemente privatizadas. A Sabesp segue como principal recomendação no segmento de saneamento, enquanto a Eletrobras representa uma aposta estratégica no setor elétrico.

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Desempenho da Carteira Recomendada do BTG Pactual

Em janeiro, a Carteira 10SIM teve alta de 5,3%, ficando acima do Ibovespa (4,9%), principal índice da Bolsa brasileira, e do índice IBrX-50 (4,8%). Veja abaixo:

Desde a gestão iniciada por Carlos E. Sequeira em 2009, o portfólio registra um ganho acumulado de 397,8%, superando a valorização do Ibovespa (105%) e do IBrX-50 (146,8%).

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