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A Neoenergia (NEOE3) apresentou resultados mais fracos no terceiro trimestre de 2024, com lucro líquido de R$ 841 milhões, representando uma queda de 46% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já a receita operacional líquida da empresa veio 23% maior que no ano anterior, totalizando R$ 11,83 bilhões. O EBITDA ajustado foi de R$ 2,45 bilhões, 8% menor em relação a 2023.
Na tarde desta quarta-feira (23), as ações da Neoenergia (NEOE3) caíam 0,73%, negociadas a R$ 19,16. Em relatório divulgado nesta manhã, o BTG Pactual manteve a recomendação de compra, com preço-alvo em R$ 30.
Fatores que infuenciaram a queda do EBITDA
O EBITDA menor (Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) no período de um ano apresentado pela empresa já era esperado pelo mercado e veio em linha com as projeções do BTG Pactual, de R$ 2,41 bilhões.
Segundo analistas do banco, os números mais fracos estão associados principalmente ao reajuste tarifário negativo das concessões de distribuição atreladas à inflação do IGP-M (Elektro, Coelba, Celpe e Cosern), além do EBITDA negativo da Termope em R$ 35 milhões, após o encerramento do contrato em maio.
A redução na contribuição do EBITDA de transmissão após a venda de 50% de 8 linhas de transmissão para o GIC em setembro de 2023 também influenciaram os resultados mais fracos neste trimestre.
Dívida consolidada da Neoenergia
Em setembro deste ano, a dívida líquida consolidada da Neoenergia (inclusive caixa, equivalentes de caixa e títulos e valores mobiliários) foi de R$ 42,17 milhões, enquanto a dívida bruta foi de R$ 50,55 milhões, representando um crescimento de 8% em relação ao registrado em dezembro de 2023.
O aumento da dívida está associado principalmente à execução de Capex dos projetos de redes, considerando também que a empresa possui 83% da dívida contabilizada no longo prazo e 17% no curto prazo.
O índice de alavancagem (relação entre a dívida líquida e o Ebitda) referente ao fim do terceiro trimestre ficou em 3,43x.
Desempenho por segmento
Segundo relatório divulgado pela empresa, o volume de energia injetada na rede aumentou 4,1% no terceiro trimestre, para 20.799 gigawatts-hora, enquanto no acumulado do ano registrou alta de 7%, considerando o período até setembro de 2023. Ao todo, foram investidos R$ 2,6 bilhões, 17% a mais em comparação com o ano anterior.
Confira o desempenho por setor:
Distribuição: entregou R$ 2,06 bilhões em EBITDA ajustado, 6% acima do esperado (R$1,95 bilhão) e alta de 4% ao ano. Apesar da deflação do IGP-M, o aumento de volume de 1,6% a/a, a redução das perdas de energia e EBITDA muito forte na CEB contribuíram para o resultado.
Transmissão: os números vieram abaixo do esperado, devido ao atraso na energização das linhas de transmissão Estreito (início comercialem setembro) e Guanabara (agora esperado para o primeiro trimestre de 2025).
O EBITDA (BRGAAP) foi de R$78 milhões, ante uma estimativa de R$157 milhões do BTG, representando uma queda de 56% a/a influenciada pela venda de 50% de 8 linhas de transmissão para o GIC, com os 50% restantes reportados como resultado de equivalência patrimonial desde o quarto trimestre de 2023.
Geração: entregou bons resultados de hidrelétricas e renováveis, com um EBITDA ajustado de R$408 milhões, 3% acima da projeção dos analistas. Houve aumento de 11% a/a, refletindo melhores resultados hidrelétricos, avanço de 10% a/a devido à consolidação de Dardanelos em setembro de 2023 e geração renovável mais forte (+13% a/a) com a contribuição total da usina eólica de Oitis.
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