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O dólar encerrou a sessão desta quinta-feira (19) em queda de 2,27%, cotado a R$ 6,1237. A retração ocorreu após uma intervenção histórica do Banco Central no mercado de câmbio e avanços na votação do pacote fiscal na Câmara dos Deputados.
Nos últimos cinco pregões, a moeda americana havia acumulado alta de 5,20%, atingindo picos históricos nominais. Hoje, durante a tarde, o dólar chegou a tocar o patamar de R$ 6,10, refletindo os desdobramentos no cenário político e econômico.
Intervenção histórica do Banco Central
Logo após a abertura do mercado, o Banco Central realizou um leilão de venda de US$ 3 bilhões à vista. O montante foi totalmente absorvido, mas insuficiente para conter a pressão sobre o câmbio, que alcançou R$ 6,30 no pico do dia.
Em resposta, o BC lançou um segundo leilão, desta vez de US$ 5 bilhões — o maior valor já ofertado em uma única operação no regime de câmbio flutuante. A ação surtiu efeito, levando o dólar a operar em queda e impulsionando o real.
Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a alta demanda no primeiro leilão refletiu o fluxo financeiro negativo no Brasil, marcado por saídas expressivas, como pagamentos de dividendos e remessas ao exterior.
Impacto no mercado financeiro
A intervenção do Banco Central também influenciou outras moedas emergentes, como os pesos mexicano e chileno, que tiveram ganhos mais modestos, abaixo de 1%. Enquanto isso, o índice DXY, que mede a força do dólar frente a seis moedas fortes, registrou leve alta, pressionado pela queda do iene japonês.
O diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, descartou especulações sobre ataques ao real e destacou que as intervenções recentes somam US$ 13,7 bilhões, ou 3,5% das reservas cambiais do país.
Questões fiscais
A queda do dólar também foi influenciada pela votação do pacote fiscal na Câmara dos Deputados. Entre as medidas aprovadas, estão mudanças no abono salarial, ajustes no Fundeb e a prorrogação da Desvinculação de Receitas da União (DRU).
Apesar do avanço, economistas avaliam que a economia gerada pelo pacote fiscal deve ser inferior ao estimado pelo Ministério da Fazenda. A expectativa de economias entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões frustra o mercado, que aguardava medidas mais robustas.
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