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O dólar fechou em alta de 1,23%, a R$ 5,65, nesta terça-feira (10), maior valor desde o início de agosto. O movimento de valorização foi impulsionado pela aversão ao risco no cenário internacional, combinada com a queda no preço do petróleo e dados econômicos fracos vindos da China.
Influências externas e pressão sobre o real
A moeda brasileira foi uma das mais afetadas entre as divisas de países emergentes, liderando as perdas, seguida pelo peso colombiano e mexicano. Esse movimento foi amplificado pelo desmonte de operações de carry trade, estratégia em que investidores se beneficiam das diferenças entre taxas de juros de diferentes países. A valorização do iene japonês foi um dos fatores que contribuiu para esse desmonte.
No cenário global, o preço do petróleo caiu devido à revisão para baixo da demanda, feita pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), além de sinais de enfraquecimento da economia chinesa, que impactam diretamente o comércio global de commodities. Esses fatores, combinados com a incerteza quanto ao futuro da política monetária dos Estados Unidos, aumentam a cautela no mercado cambial.
Expectativas sobre a política monetária no Brasil e nos EUA
No Brasil, a deflação registrada no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto não alterou as expectativas de que o Comitê de Política Monetária (Copom) mantenha o ciclo gradual de aumento da taxa básica de juros (Selic). Por outro lado, o mercado aguarda a divulgação dos dados de inflação nos Estados Unidos para ajustar suas apostas sobre um possível corte de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Especialistas indicam que uma elevação dos juros no Brasil, combinada com uma possível redução das taxas nos EUA, poderia abrir espaço para uma valorização do real em relação ao dólar. No entanto, a cautela persiste devido aos riscos fiscais internos e às dúvidas sobre o andamento das reformas econômicas, especialmente em um ano de eleições municipais.
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