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O dólar à vista fechou em queda de 0,06% nesta segunda-feira (13), cotado a R$ 6,10. O movimento ocorreu na contramão da valorização da moeda americana no mercado internacional.
Segundo operadores, o real foi impulsionado por fluxo estrangeiro direcionado a recompra de ativos brasileiros, parcialmente desfeitos em dezembro. O real não foi a única divisa emergente a se beneficiar. Outras moedas, como o peso chileno e o rand sul-africano, também apresentaram valorização, apoiadas pelo aumento nos preços das commodities.
O minério de ferro subiu após dados comerciais da China acima do esperado, enquanto o petróleo avançou quase 3%, alcançando o maior patamar desde agosto de 2023, influenciado por novas sanções dos Estados Unidos à Rússia.
Movimento do dólar no exterior
No mercado internacional, o índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu e encerrou em torno dos 109,900 pontos. A alta foi sustentada pelo avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), com a taxa da T-note de 10 anos atingindo 4,8%, maior nível desde novembro de 2023.
Expectativas para o Federal Reserve
O mercado segue atento à divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos, prevista para quarta-feira (15). Os dados poderão influenciar as expectativas para os próximos movimentos do Federal Reserve (Fed), banco central americano.
Após um relatório de emprego (payroll) mais forte em dezembro, a probabilidade de cortes na taxa básica de juros do Fed em 2025 recuou, o que tende a manter o dólar valorizado globalmente.
Perspectivas para o câmbio
Em entrevista ao Estadão Broadcast, Márcio Estrela, consultor da Associação Brasileira de Câmbio (Abracam), disse acreditar que o dólar deve oscilar entre R$ 6,05 e R$ 6,10 no primeiro trimestre.
Ele atribui a recente volatilidade à retirada de recursos do Brasil em dezembro e às incertezas fiscais. Por outro lado, o Banco Central tem mantido intervenções pontuais para evitar disfuncionalidades no câmbio.
Relatório do banco ING projeta a taxa de câmbio em R$ 6,10 em um mês, R$ 6,15 em três meses, e R$ 6,25 no horizonte de seis a 12 meses. Segundo o banco, o ambiente de dólar forte e os altos rendimentos dos Treasuries dificultam uma mudança de tendência.
Impacto no cenário doméstico
Internamente, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, destacou que o debate fiscal está mais focado na trajetória da dívida pública em relação ao PIB do que no cumprimento das metas fiscais. Esse contexto, somado às incertezas políticas e econômicas, deve continuar impactando o comportamento do câmbio nos próximos meses.
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