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O dólar à vista encerrou esta segunda-feira (23) em alta de 1,86%, a R$ 6,1851, marcando o segundo maior valor nominal de fechamento da história. A alta aconteceu em meio a um cenário de fortalecimento global da moeda americana, saída de recursos típica de fim de ano e desconfiança sobre o quadro fiscal brasileiro.
O Banco Central, que interveio no mercado cambial na semana passada, limitou-se à rolagem de swaps cambiais tradicionais desta vez. Mesmo sem ações adicionais, a autoridade monetária já injetou US$ 27,76 bilhões no mercado em dezembro, sendo mais de US$ 16,76 bilhões apenas em leilões à vista.
Fluxo de saída recorde em dezembro
Entre os dias 2 e 19 de dezembro, a saída de dólares do Brasil totalizou US$ 14,699 bilhões, maior valor para o período desde 2008, quando começou a série histórica do Banco Central. Três fatores são apontados como explicações principais:
Distribuição maior de dividendos devido ao crescimento econômico em 2024;
Receio de aumento da tributação sobre os mais ricos;
Elevação no envio de recursos ao exterior por pessoas físicas.
A menor liquidez, típica do período pré-Natal, contribui para a volatilidade no câmbio.
Riscos fiscais pressionam câmbio
A avaliação predominante entre operadores é de que a desidratação do pacote de contenção de gastos coloca em risco as metas fiscais para os próximos dois anos. Esse cenário adiciona prêmios de risco à taxa de câmbio, elevando a cotação do dólar.
Apesar do tom mais moderado do presidente Lula em relação à responsabilidade fiscal e à autonomia do Banco Central, o mercado segue cético quanto à capacidade do Ministério da Fazenda de implementar medidas de austeridade. A recente suspensão da distribuição de emendas parlamentares também adiciona incertezas ao cenário político.
Perspectivas para o dólar
Segundo a análise de Alan dos Santos, especialista da PhiCube, apesar das intervenções do Banco Central, o dólar segue em tendência de alta. Caso rompa os R$ 6,30, o ativo pode buscar os próximos alvos em R$ 6,60 e R$ 6,65.
No acumulado do ano, o dólar já registra alta de 27,44%, refletindo a combinação de fatores internos e externos, incluindo a expectativa de que o Federal Reserve mantenha juros elevados por mais tempo nos Estados Unidos.
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