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O dólar à vista fechou esta quarta-feira (19) em alta de 0,66%, cotado a R$ 5,72, mesmo após o alívio observado no exterior. O movimento ocorreu em um cenário de fluxo cambial negativo, conforme divulgado pelo Banco Central.
Até o dia 14 de fevereiro, o saldo total foi de uma saída líquida de US$ 2,335 bilhões, com retiradas de US$ 1,628 bilhão no canal financeiro e US$ 707 milhões no lado comercial.
Efeito da ata do Fed no dólar
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, desacelerou após a divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA). O indicador se afastou da máxima do dia (107,381 pontos) para operar ao redor de 107,190 pontos.
Apesar desse alívio, a moeda americana seguiu valorizada no Brasil, impulsionada pelo fluxo negativo e por fatores internos. A queda nas taxas dos Treasuries longos ajudou as bolsas de Nova York a ganharem fôlego, mas não impediu o fortalecimento do dólar frente ao real.
Real segue como segunda moeda de melhor desempenho no ano
Mesmo com a alta do dólar, o real ainda é a segunda moeda de melhor desempenho globalmente em 2025, ficando atrás apenas do rublo russo. O peso colombiano e o peso chileno também se destacam entre os pares latino-americanos.
No entanto, o real acumula uma desvalorização superior a 13% nos últimos 12 meses, o que o coloca entre as cinco moedas com pior desempenho no período, ao lado do peso mexicano.
Fatores internos influenciam o câmbio
Um estudo do Bradesco aponta que mais de 80% da valorização do real em 2025 ocorreu devido a fatores internos, principalmente a redução do Credit Default Swap (CDS) de 5 anos do Brasil, um indicador de risco-país.
Ainda assim, o banco alerta que há riscos que podem limitar a valorização da moeda brasileira. Entre eles, incertezas sobre tarifas de importação que podem ser elevadas nos EUA, caso Donald Trump retorne à presidência, e questões domésticas, como a tramitação das compensações para a desoneração do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Adicionalmente, parte dos ganhos recentes do real foi atribuída a sinais de queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O mercado interpretou que um possível avanço de candidaturas mais alinhadas à austeridade fiscal pode reduzir os prêmios de risco do país.
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