A gente parece ter esquecido como eleger os temas favoritos de conversa, o que gosta de ver na TV, quais locutores de rádio ouvimos a voz como quem escuta um grande amigo? Hoje, tudo o que consumimos é ditado por um algoritmo. Aí confunde mesmo: por isso, é comum ver gente que milita contra violência aplaudir cadeirada. Uma confusão danada.
Esse “não sei muito bem o que faz sentido” joga a gente e o pessoal do elevador para consumir o que não se ensinaria na escola em outros tempos. O resultado você sabe.
A gente deixa a conversa rasa para dar conta dela. Quem discorda é reprovado. A argumentação fica na superfície. Pesquisar um assunto para falar dele? Ninguém dá conta. Que tristeza, rapaz do céu.
Até propaganda emburrece (mais)
Meu irmão estava espantado outro dia com o uso de jogos online no metrô. “O jogo de um senhor parou, entrou a propaganda de outro jogo que simulava a tela em movimento, como se ele também tivesse jogando, mas ele não estava fazendo nada”, ele me dizia, perplexo com a apatia.
Não é muito diferente dos tempos de TV aberta, em que recebíamos forçosamente as propagandas nos intervalos, vai me dizer o leitor. Será?
Publicitário e Jornalista.