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A mudança nas tributações fez os investidores de fundos exclusivos correrem com seu dinheiro para as carteiras administradas. Um dos principais afetados pelo “come-cotas” foi a gestão de grandes fortunas, conhecida como Wealth Management.
O BTG Pactual, maior banco de investimentos da América Latina, quintuplicou o dinheiro sob gestão das carteiras administradas em um ano e chegou a R$ 10 bilhões — 10% de todos os investimentos pessoa física —, enquanto o dinheiro em fundos exclusivos caíram, de acordo com reportagem do site NeoFeed.
A aquisição da Magnetis, uma plataforma de gestão de carteiras, permitiu ao banco escalar a oferta desse produto, facilitando o acesso a investidores com tíquetes menores, a partir de R$ 500 mil. Antes, o mínimo era de R$ 5 milhões.
Motivo da corrida pelas carteiras administradas
O movimento acontece após a nova regra do Imposto de Renda (IR), estabelecida pela Lei 14.754/23, que fez o chamado “come-cotas” atingir este tipo de investimento, acabando com a atratividade para os milionários.
Antes, a tributação dos fundos exclusivos era decrescente, quanto mais tempo aplicado, menor o imposto, e feita apenas na hora do resgate. Com o “come-cotas”, o imposto sobre o lucro passou a ser cobrado duas vezes no ano (semestralmente). Com isso, a cada seis meses é preciso pagar:
20% para investimentos de curto prazo (de até um ano);
15% para os de longo prazo.
Segundo cálculos feitos pelo site NeoFeed, com a nova regra, um portfólio de R$ 10 milhões deixaria de ganhar R$ 279 mil em cinco ano, considerando um retorno médio de 10% ao ano e a alíquota de 15% (a perda de rentabilidade equivale a 0,23 ponto percentual ao ano).
A tendência de migração para carteiras administradas também está sendo impulsionada por mudanças regulatórias. A CVM 175, que atualiza as normas para fundos de investimento, impõe maior responsabilidade aos gestores, tornando mais complexa a manutenção de fundos exclusivos por assessorias de investimento.
Além disso, a CVM 179, que entra em vigor em novembro, trará mais transparência às receitas comissionadas das assessorias, fortalecendo ainda mais a demanda por carteiras administradas.
Wise investe em Wealth Management
De olho nessa movimentação, a Wise Investimentos, escritório associado ao BTG Pactual, está investindo na ampliação da sua área de Wealth para oferecer serviços exclusivos para os clientes.
Com mais de 20 mil clientes e R$ 4 bilhões sob custódia, a empresa projeta um total de R$ 2,5 bilhões sob gestão apenas nesta área até o final de 2025.
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