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A nota de crédito do Brasil foi elevada pela agência de classificação de risco Moody’s de Ba2 para Ba1, o último degrau antes do nível de investimento. O anúncio feito nesta terça-feira (1) leva o país para perto do status de ‘bom pagador’.
A elevação da nota acontece cinco meses após a agência ter mudado de “estável” para “positiva” a perspectiva para o rating (classificação de risco) do país.
Crescimento robusto da economia brasileira
De acordo com o comunicado emitido pela Moody’s, a elevação reflete melhoras materiais no crédito brasileiro. “Houve um crescimento mais robusto do que as estimativas e um histórico crescente de reformas fiscais e econômicas, que indicam resiliência”.
O arcabouço fiscal também foi citado pela agência, que classificou a credibilidade da proposta como moderada. “Um crescimento mais robusto e uma política fiscal consistentemente aderente ao arcabouço permitirão que a dívida se estabilize no médio prazo, ainda que em níveis relativamente elevados”, disse a Moody’s.
Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, há muito trabalho a ser feito até conseguir seguir subindo o rating.
“O crescimento é muito importante para a economia, sobretudo com a inflação controlada, porque é ele que permite você fazer um ajuste fiscal sem penalizar a população mais pobre, sem ter a necessidade de tomar medidas de austeridade que vão ceifar direitos estabelecidos. Mas há um trabalho a ser feito no campo da despesa e no campo da receita que pode nos permitir reequilibrar as contas, voltar a baixar a taxa de juros e conseguir o grau de investimento”, avaliou.
Chances de subir nota de crédito para o grau de investimento
Durante entrevista à jornalistas, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a elevação é fruto do trabalho do governo e os pensamentos estão em linha. Segundo ele, caso não “baixem a guarda” em relação às despesas e às receitas, será possível conquistar o grau de investimento ainda no atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Desde 2015 o Brasil não se enquadra na faixa de bom pagador. A primeira vez que o país recebeu o grau de investimento (Baa3) foi em 2008.
Com a nova avaliação, a nota brasileira no ranking da Moody’s está melhor em relação às outras grandes agências de classificação de risco. Na escala da Standard and Poor’s (S&P Global) e da Fitch, o Brasil segue um degrau abaixo, com nota “BB”.
Em entrevista ao Broadcast, o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, considerou a mudança como positiva, mas não acredita que o grau de investimentos volte neste mandato.
“Acho pouco provável que o grau de investimento volte na gestão de Lula porque as agências olham a rigidez orçamentária que impede a geração de superávits para estabilizar a relação entre a dívida e o PIB. Esse é o elemento essencial para restabelecer o grau de investimento”, disse ele.
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