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Pela primeira vez, um estudo aplicou o Índice de Progresso Social (IPS), uma metodologia internacional que calcula o bem-estar da população a partir de dados oficiais, em todas as cidades brasileiras.
Com isso, foi elaborado um ranking sobre a qualidade de vida dos 5.700 municípios do país. Entre as capitais, a melhor é Brasília (DF) e a pior Porto Velho (RO). Já o melhor estado é São Paulo e o pior é o Pará.
Esse levantamento, chamado IPS Brasil, filtrou mais de 300 indicadores até chegar a 52, entre órgãos oficiais e institutos de pesquisa, como o DataSUS, Conselho Nacional de Justiça, Mapbiomas, Anatel e CadÚnico. Os únicos dados inéditos foram os dois produzidos pelo Mapbiomas, sobre áreas verdes e disponibilidade de praças.
Como Funciona o Índice de Progresso Social?
O IPS é dividido em três dimensões principais: Necessidades Humanas Básicas; Fundamentos para o Bem-estar; e Oportunidades. Cada uma dessas dimensões tem quatro componentes, formando a média final do índice. Cada componente, por sua vez, é composto por alguns indicadores, que normalmente variam entre três e cinco, com pesos entre eles.
Necessidades Humanas Básicas: Inclui indicadores como acesso à água potável, nutrição e cuidados médicos básicos.
Fundamentos para o Bem-estar: Engloba educação básica, acesso à informação e comunicação, e saúde.
Oportunidades: Trata de direitos pessoais, liberdade e escolha pessoal, além de inclusão e acesso à educação superior.
Quais Indicadores Foram Utilizados?
A seleção dos indicadores priorizou aqueles mais recentes, de boa qualidade e produzidos anualmente, evitando o uso de números do Censo. Os pesquisadores também evitaram dados com padronizações diferentes entre estados e de alta subnotificação, fenômeno comum nos números de segurança, explicando a falta de estatísticas de roubos e furtos.
A intenção, segundo Beto Veríssimo, coordenador do IPS Brasil, não é ranquear os maiores PIBs ou mensurar ofertas de serviços, mas sim qualificar os resultados, como maiores expectativas de vida, menores taxas de homicídio e de poluição, além de melhor acesso à educação superior.
Quais Foram os Resultados das Capitais?
Entre as capitais, as melhores notas foram para cidades planejadas, como Brasília (DF), seguida por Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG), Florianópolis (SC) e Curitiba (PR). Essas cidades possuem uma boa infraestrutura, serviços de qualidade e organização planejada, que contribuem para uma melhor qualidade de vida.
Por Que Brasília Teve o Melhor Desempenho?
Brasília possui uma rede de serviços e infraestrutura muito boa, além de uma renda per capita diferenciada. Já Goiânia, embora enfrente alguns problemas, destaca-se pela boa organização e planejamento.
De acordo com José Carlos de Lima Júnior, professor da pós em Administração da Harven Agribusiness School, “as cidades com melhor organização espacial possuem uma vantagem significativa na qualidade de vida”.
Desafios para as Capitais do Norte e Nordeste
Na ponta de baixo do ranking, as capitais do Norte tiveram os piores resultados, seguidas por algumas capitais do Nordeste e o Rio de Janeiro. Segundo Beto Veríssimo, “o IPS não tem indicador de renda, mas consegue medir de certa forma a desigualdade social”.
Teresina: Boas distribuições de serviços públicos, mesmo nas áreas mais pobres
João Pessoa e Aracaju: Cidades com serviços públicos bem distribuídos
Maceió e Rio de Janeiro: Altamente desiguais, refletindo-se nas pontuações baixas
Esses resultados mostram que cidades com melhores distribuições de serviços públicos, independentemente da renda, têm uma qualidade de vida superior, enquanto a desigualdade social impacta negativamente nas avaliações.
Conclusão
O Índice de Progresso Social nos oferece uma nova perspectiva sobre a qualidade de vida nos municípios brasileiros, destacando a efetividade dos serviços públicos e a estrutura urbana. Embora haja avanços nas cidades planejadas, os desafios ainda são grandes, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste. Com atualizações anuais do IPS, espera-se que esses dados possam guiar políticas públicas mais eficazes e promover um desenvolvimento mais equitativo e sustentável em todo o Brasil.
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