Via @otempo | A deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), atual presidente do PT, deve assumir um ministério na reforma ministerial a ser promovida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas próximas semanas. A tendência é que o processo avance após as eleições para as presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, no próximo sábado (1).
Gleisi é cotada, principalmente, para ser a próxima ministra da Secretaria-Geral da Presidência da República, no lugar do também petista Márcio Macêdo. No atual governo, uma das funções da pasta é fazer uma interlocução com movimentos sociais ligados à esquerda. Além disso, é um dos cinco ministérios alocados no Palácio do Planalto, dando ao titular maior proximidade ao presidente da República.
A possível nomeação de Gleisi é vista como uma espécie de retribuição de Lula à deputada, que assumiu a presidência do PT em 2017, no pior momento da história do partido, e prestou apoio incondicional ao atual presidente enquanto ele esteve preso, em Curitiba. É, também, um quadro bem visto por boa parte da militância petista.
Contudo, por ter feito um papel de “porta-voz” do PT em diversos debates e polêmicas nos últimos anos, Gleisi também tem uma imagem desgastada fora do partido. Desde o início do atual governo, tem sido uma crítica contumaz da direção do Banco Central e do mercado financeiro, além de rebater editoriais de veículos de imprensa que desagradam à ala petista.
A dança das cadeiras na Esplanada
Lula avalia trocar outros nomes de sua equipe. Um deles é o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política. Apesar de ser próximo do presidente, ele é alvo de críticas no Centrão, que demanda maior espaço na Esplanada e especificamente no Planalto, onde fica localizada a pasta. Lula, no entanto, ainda resiste à ideia.
Outro nome no radar é o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que tem tido a permanência questionada dentro de seu partido, o PSD, sobretudo a bancada na Câmara. Os deputados da legenda estariam em busca de um espaço para chamar de seu no governo, enquanto Fávaro é senador licenciado. O cargo do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), também estaria em jogo, apesar de ser um nome do agrado pessoal de Lula e próximo da primeira-dama Janja da Silva.
Um nome cotado para eventualmente assumir o lugar de Fávaro é o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que encerra seu mandato no próximo sábado. Mas as conversas pouco avançaram até o fim de janeiro.
Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que está prestes a deixar o posto, também pode ter seu lugar na Esplanada. Um dos principais aliados de Lula em Minas Gerais, o senador já teve o nome ventilado em diferentes pastas, como o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, comandado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.
Alckmin, por sua vez, é cotado para assumir o Ministério da Defesa, já que o atual titular, José Múcio, já manifestou a Lula o desejo de deixar o governo e passar mais tempo com a família. Porém, uma troca na Defesa é considerada sensível, já que a relação entre o presidente e os militares ainda é de certa desconfiança mútua. Múcio é um dos poucos nomes em que ambos os lados depositam plena confiança.
Por fim, os ministérios da Ciência e Tecnologia e das Mulheres, liderados respectivamente por Luciana Santos e Cida Gonçalves, também podem ter troca no comando. Representante do PCdoB, Luciana pode assumir o lugar de Cida e abrir espaço para um partido de centro.
Em janeiro, Lula já promoveu sua primeira substituição na Esplanada em 2025, com a saída de Paulo Pimenta para a chegada de Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência. A mudança é uma aposta para melhorar a popularidade do presidente.
Por Levy Guimarães
Fonte: otempo.com.br