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O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, despencou nesta quarta-feira (18), caindo 3,15%, aos 120.771,88 pontos, menor nível desde 20 de junho. O índice, que já vinha sendo penalizado pela deterioração do cenário fiscal brasileiro, intensificou as perdas após a coletiva do Federal Reserve (Fed).
A movimentação foi impactada pela sinalização do Fed de que os juros ficaram mais altos no próximo ano, apesar de ter realizado mais um corte de 0,25 ponto percentual.
Há pouco tempo, o mercado esperava quatro cortes em 2025, mas o comunicado feito hoje mostrou que dez dirigentes veem juro entre 3,75% e 4% no fim de 2025 (apenas dois cortes).
As projeções divulgadas pelo Fed, que mostraram uma piora na inflação medida pelo PCE (índice de preços ao consumidor dos EUA), associadas à comunicação de seu presidente, Jerome Powell, também acrescentaram pressão aos mercados globais.
Destaques do Ibovespa
As blue chips, ações de maior peso no Ibovespa, registraram quedas. Vale ON recuou 2,32%, enquanto Petrobras ON caiu 2,23% e PN 2,58%.
Entre as maiores altas do dia, ficaram apenas Marfrig (+1,81%), MRV (+1,54%) e Santos Brasil (+0,54%). Por outro lado, Automob (-30%), CVC (-17,11%) e Azul (-11,58%) tiveram os piores desempenhos da sessão.
Perspectivas para juros e inflação nos EUA
Durante a coletiva, Powell ressaltou que novos cortes nos juros em 2025 dependem de avanços no controle da inflação. O presidente do Fed destacou incertezas sobre o impacto de tarifas comerciais e pressões inflacionárias, fatores que podem alterar o curso da política monetária.
Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad, explica que “não houve surpresas na decisão de hoje”, mas que os membros “reconhecem maiores dificuldades no processo de desinflação, o que implica em projeções mais modestas para o ciclo de cortes de juros”.
O VIX, conhecido como “índice do medo”, disparou, subindo 74,04%.
Dólar atinge máxima história
O dólar à vista chegou a R$ 6,27 durante a tarde e fechou a R$ 6,26, uma alta de 2,78%, atingindo sua máxima histórica pelo terceiro dia seguido. O movimento reflete a busca por proteção no câmbio, impulsionada pelos sinais de juros mais altos nos EUA e pela incerteza fiscal doméstica.
Cenário brasileiro mantém pessimismo
No Brasil, a aprovação de um pacote de cortes de gastos na Câmara dos Deputados não foi suficiente para conter o pessimismo do mercado. Em entrevista ao Estadão Broadcast, Gabriel Meira, economista da Valor Investimentos, afirma que “a preocupação fiscal segue elevada”, com impactos diretos sobre o real e o desempenho do Ibovespa.
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