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As bolsas globais registraram fortes quedas nesta segunda-feira (5), impulsionadas pelo medo de recessão nos Estados Unidos e mudanças na política monetária do Japão. Apesar do desempenho negativo generalizado, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, registrou uma queda mais leves do que em outros mercados.
O Ibovespa fechou em queda de 0,46%, aos 125.269 pontos. Ao longo do dia, o índice flutuou entre a mínima de 123.073 pontos e a máxima de 125.850 pontos. No exterior, as principais bolsas registraram quedas acentuadas. De acordo com o CEO da Wise Asset, André Ribeiro, em entrevista à Rádio Som Maior, as quedas são reflexo da interligação dos mercados e de gatilhos que provocam reações em cadeia.
Empresas brasileiras seguem resilientes
O CEO da Wise Asset destacou que, apesar da pressão nos mercados globais, o Brasil tem mostrado resiliência. O Ibovespa operou ao longo do dia com quedas menores que as bolsas americanas e europeias, e algumas ações, como as do Bradesco (BBDC4), chegaram a registrar altas durante o dia — neste caso, influenciada pelo balanço trimestral.
Ribeiro explicou que o dólar, mesmo com a economia americana enfraquecida, tende a se valorizar em momentos voláteis como esse, devido ao seu papel de “porto seguro” em momentos de incerteza global. Essa valorização ocorre tanto quando a economia dos EUA está forte quanto em cenários de extrema recessão, onde investidores buscam refúgio na moeda americana.
Perto da abertura, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,86, com um avanço de quase 3%. Por outro lado, as bolsas nos Estados Unidos passaram por um dia de fortes perdas. Nesta segunda, os três principais índices de Wall Street chegaram a cair mais de 6% (Nasdaq) e 4% (S&P 500).
Mercados interligados
A recente alta dos juros no Japão, após anos de políticas de juros negativos, desencadeou um “carry trade” (uma estratégia onde investidores tomam empréstimos em países com juros baixos para investir em mercados com retornos mais altos). Segundo Ribeiro, esses movimentos estão sendo desfeitos, com o fortalecimento do iene e consequentemente com o aumento da volatilidade global.
Além das preocupações com o rumo da política monetária, os mercados também reagiram aos dados do mercado de trabalho (payroll) dos Estados Unidos abaixo das expectativas. A combinação desses fatores elevaram as tensões nos mercados globais, com a possibilidade de uma desaceleração econômica.
Nesta segunda, os índices Dow Jones (-2,60%, a 38.704 pontos) e S&P 500 (-2,99%, a 5.186 pontos) registraram a maior queda diária desde setembro de 2022. O Nasdaq, composto pelas empresas de tecnologia, fechou o dia com uma queda de 3,43%, aos 16.200 pontos.
Mercado de ações
Nesta segunda, algumas das ações com forte peso no Ibovespa, como a Vale (VALE3), fecharam o dia com uma queda de 1,06% e Itaú (ITUB4), com que de 0,09%.
Entre os ativos com as maiores altas, estiveram o Pão de Açúcar (PCAR3) liderou os ganhos da B3 e do Ibovespa com alta de mais de 15%, RaiaDrogasil (RDL3), com alta de 5,88% e Hypera Pharma (HYPE3), com alta de 2,83%.
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