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No primeiro semestre deste ano, com o crescimento da inadimplência de famílias brasileiras, 44 mil imóveis foram arrematados em leilão, ultrapassando a soma dos últimos dois anos. Em 2022 foram 9 mil, e em 2023, 26 mil.
Por contar com grandes descontos nos imóveis, os leilões criam oportunidades para famílias que não possuem condições de quitar dívidas de financiamento, condomínio e outros impostos.
Inadimplência das famílias impacta o mercado nacional
Segundo economistas, o crescimento do mercado de leilões de imóveis aponta para um conflito em que não são só os devedores que perdem, mas a economia do país.
Com base nos dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, que mostram que quase 8 entre 10 brasileiros estão endividos, a professora de Direito Econômico da USP, Maria Paula Bertran, afirmou em entrevista ao Jornal Nacional, que “a saturação da capacidade de pagamento das dívidas acontece de maneira sistemática e difundida com impactos no país como um todo”.
No início do mês, a Caixa Econômica Federal registrava leilões de 553 imóveis com até 40% de desconto e valores iniciais que variam entre R$ 70 mil e R$ 2,98 milhões.
Os leilões mostram apartamentos, casas, terrenos e imóveis comerciais distribuídos em todas as regiões do país:
Norte: 16 imóveis
Nordeste: 114 imóveis
Centro-Oeste: 56 imóveis
Sudeste: 223 imóveis
Sul: 144 imóveis
Imóveis de leilão aumentam 80% em 2024
Segundo a advogada especialista em direito imobiliário, Natália Roxo, em entrevista ao JN, houve um aumento de 80% no número de leilões. Estabelecendo uma comparação com os anos anteriores, em 2018, por mês, 200 imóveis eram loteados em um edital de leilão e, atualmente, são entre 800 e 1000 imóveis.
Ela explica a agilidade no processo desde a inadimplência à perda do imóvel: após a notificação da dívida, o inadimplente tem 15 dias para quitar o valor. Passado esse prazo, o imóvel é registrado e, após 60 dias, vai a leilão.
Nesse cenário, especialistas recomendam, sobretudo, que se assumam compromissos financeiros compatíveis com o orçamento, dados os riscos em meio aos ciclos de economia curtos e contratos de financiamento longos característicos do atual cenário econômico brasileiro.
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