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A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) estourou o teto da meta em 2024, fechando o ano em 4,83%, obrigando o Banco Central a dar explicações. Os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10) revelaram uma alta de 0,52% nos preços em dezembro.
O resultado ficou ligeiramente abaixo da mediana das previsões do mercado, de alta de 0,53%, e acima do patamar alcançado em novembro, de 0,39%. Em dezembro de 2023, a variação havia sido de 0,56%.
Logo após o resultado, o Banco Central informou que divulgará uma carta aberta com explicações sobre o descumprimento da meta de inflação de 2024 às 18h desta sexta. O documento será endereçado ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad e assinado pelo novo presidente da instituição, Gabriel Galípolo,
Principais destaques do IPCA de dezembro
Entre os grupos pesquisados, apenas Habitação apresentou queda em dezembro, com recuo de 0,56%. A energia elétrica residencial, afetada pela bandeira tarifária verde, contribuiu para a redução de custos no segmento.
Já os preços de Alimentação e Bebidas subiram 1,18% em dezembro, pelo quarto mês consecutivo, com destaque para as altas das carnes (5,26%) e do óleo de soja (5,12%). O grupo Transportes registrou alta de 0,67%, puxada por aumentos nos preços do transporte por aplicativo (20,70%) e das passagens aéreas (4,54%).
Balanço da inflação em 2024
No acumulado de 2024, Alimentação e Bebidas lideraram o impacto na inflação, com alta de 7,69%. Itens como carnes (20,84%) e café moído (39,60%) contribuíram significativamente para o resultado.
O resultado do grupo foi influenciado pela alta nos preços da alimentação no domicílio (8,23%). Os maiores aumentos vieram das carnes (20,84% e 0,52 p.p.), do café moído (39,60% e 0,15 p.p.), do leite longa vida (18,83% e 0,13 p.p.) e das frutas (12,12% e 0,14 p.p.).
No mesmo sentido, a alimentação fora do domicílio subiu 6,29%, com destaque para o subitem refeição, com aumento de 5,70% e 0,20 p.p. de impacto, e o lanche (7,56% e 0,13 p.p. de impacto).
Saúde e Cuidados Pessoais subiram 6,09%, impulsionados pelos reajustes nos planos de saúde (7,87%) e medicamentos (5,95%). Em Transportes, a gasolina foi destaque, com alta de 9,71% no ano.
Análise regional
São Luís teve a maior variação anual (6,51%), com altas expressivas nos preços da gasolina (14,24%) e carnes (16,01%). Porto Alegre registrou o menor índice (3,57%), influenciado pelas quedas no preço da cebola (-42,47%) e do tomate (-38,58%).
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