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A JBS (JBSS3), maior processadora de carnes do mundo, obteve lucro líquido recorde de R$ 3,84 bilhões no terceiro trimestre de 2024, o que representa um crescimento de 571% em relação ao mesmo período de 2023, quando registrou lucro de R$ 572,7 milhões, segundo balanço divulgado pela empresa nesta quarta-feira (13).
Com a performance expressiva, a empresa anunciou a distribuição de R$ 2,2 bilhões em dividendos, de R$ 1,00 por ação, com pagamento previsto para 15 de janeiro de 2025.
Em outubro, a JBS já havia distribuído R$ 4,4 bilhões em dividendos aos acionistas. Segundo a companhia, o retorno médio total aos acionistas nos últimos seis anos foi de 30% ao ano, em reais, e de 20% ao ano, em dólares, destacando a atratividade para investidores de longo prazo.
Às 11h20 (horário de Brasília), as ações da JBS (JBSS3) registravam queda de 1,18%, negociadas a R$ 36.
Crescimento do EBITDA e Receita Líquida
O EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu R$ 11,9 bilhões, marcando uma alta de 120,7% em comparação com o terceiro trimestre do ano passado. Esse aumento elevou a margem EBITDA para 10,8%, representando um crescimento de 490 pontos-base (ou 4,9 pontos percentuais) em relação ao ano anterior.
O desempenho refletiu em quase todas as unidades de negócios da empresa, com destaque para as operações da Seara, Pilgrim’s e JBS Brasil. Apenas a divisão JBS Beef North America apresentou desafios, devido ao ciclo de baixa no mercado de gado nos Estados Unidos.
A Receita Líquida da JBS foi de R$ 110,5 bilhões, o que representa um crescimento de 20,9% na comparação anual. Desse total, aproximadamente 74% das vendas foram realizadas nos mercados domésticos em que a empresa atua, enquanto os outros 26% vieram de exportações.
JBS fortalece o caixa e tem redução da dívida
O fluxo de caixa operacional da JBS foi de R$ 10,3 bilhões no terceiro trimestre deste ano, ante R$ 6,3 bilhões no mesmo trimestre de 2023, impulsionado pela melhora operacional. Após investimentos em ativos, juros e pagamentos de arrendamento, o fluxo de caixa livre somou R$ 5,5 bilhões, com uma alta de 88% em relação ao ano passado.
No fechamento do trimestre, a JBS possuía R$ 28,5 bilhões em caixa e US$ 3,4 bilhões disponíveis em linhas de crédito rotativas. Com isso, a disponibilidade total de recursos alcançou R$ 46,9 bilhões.
A dívida líquida encerrou o trimestre em US$ 13,7 bilhões (R$ 75 bilhões), uma redução de aproximadamente US$ 2,3 bilhões na comparação anual. A alavancagem, medida pela relação dívida líquida/EBITDA, foi de 2,15x, um indicador relevante para investidores que acompanham a saúde financeira da empresa.
Desempenho por unidade de negócio
JBS Brasil: Receita líquida de R$ 18 bilhões (+25% a/a), com crescimento nas exportações de carne bovina in natura.
Pilgrim’s Pride: Receita líquida de R$ 25,4 bilhões (+20% a/a), com EBITDA de R$ 4,3 bilhões, impactado pela desvalorização cambial.
JBS USA Pork: Receita líquida de R$ 11,3 bilhões (+15% a/a) e margem EBITDA de 12,1%.
JBS Austrália: Receita líquida de R$ 9,9 bilhões (+29% a/a), com margem EBITDA de 9,8%.
JBS Beef North America: Receita líquida de R$ 35 bilhões (+21% a/a), com margem EBITDA reduzida devido ao ciclo desafiador no setor de gado.
Distribuição de dividendos
O Conselho de Administração da JBS aprovou a distribuição de mais de R$ 2,2 bilhões (US$ 382 milhões) em dividendos intermediários, cujo montante corresponde ao saldo das reservas de lucros apurados no balanço de dezembro de 2023.
A operação prevê a distribuição de dividendos ao valor de R$ 1,00 por ação, com pagamento previsto para 15 de janeiro de 2025.
Terão direito aos proventos os acionistas constantes na base acionária da JBS no dia 22 de novembro de 2024. E a partir de 23 de novembro, as ações passam a ser negociadas “ex-direitos”.
Em outubro deste ano, a JBS já havia distribuído R$ 4,4 bilhões (US$812 milhões) em dividendos, totalizando R$ 6,7 bilhões (US$1,2 bilhão), com um dividend yield de 8,5%. E desde 2019, a companhia já retornou US$ 4,1 bilhões em dividendos e US$ 2,8 bilhões na forma de recompra de ações (uma média de US$ 1,2 bi por ano) aos acionistas.
Atualização do guidance da JBS
Além de surpreender o mercado com os resultados do terceiro trimestre e a distribuição do montante bilionário em dividendos, a JBS também divulgou nesta quarta-feira uma atualização do guidance de Receita Líquida e do Ebitda ajustado para o exercício de 2024.
A estimativa da empresa para a Receita é de R$ 411,873 bilhões, e US$ 77 bilhões considerando as operações globais; e um Ebitda entre R$ 37,019 e R$ 38,147 bilhões. O guidance anterior projetava uma receita de R$ 409,418 bilhões e um Ebitda ajustado entre R$ 33,43 bilhões e R$ 36,23 bilhões para o período.
*Com informações da agência de notícias CMA
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