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A Vale (VALE3) encerrou o quarto trimestre de 2024 com um prejuízo líquido atribuível de US$ 694 milhões, revertendo o lucro de US$ 2,4 bilhões registrado no mesmo período de 2023.
Segundo a companhia, o resultado foi impactado por uma revisão dos ativos da Vale Base Metals (VBM), que levou à redução no valor recuperável de operações no Canadá.
O lucro atribuível ao acionista pro forma (métrica que desconsiderando eventos extraordinários ou não recorrentes), caiu 64% em relação ao mesmo período de 2023, totalizando US$ 872 milhões.
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Na visão dos bancos, os resultados da Vale foram positivos e a expectativa é de que o mercado receba bem os números durante o pregão desta quinta-feira (20). Durante o pré-mercado em Nova York, as ADRs (American Depositary Receipts) da mineradora sobem 2,16%, a US$ 9,95.
Queda na produção da Vale e impacto no preço do minério
Apesar de atingir sua maior produção de minério desde 2018, com 329 milhões de toneladas no ano, a Vale viu sua produção e vendas desacelerarem no final de 2024.
O preço realizado do minério de ferro caiu 21% em relação ao quarto trimestre de 2023, fechando o período em US$ 93 por tonelada. Na comparação com o terceiro trimestre de 2024, houve um leve aumento de 2,6%.
A mineradora destacou a redução de custos como um ponto positivo, com o custo C1 – métrica que mede o custo de extração do minério – recuando 10% no quarto trimestre, para US$ 18,8 por tonelada, o menor nível desde 2022.
Investimentos recuam 17% no trimestre
Os investimentos totais da Vale no quarto trimestre somaram US$ 1,766 bilhão, queda de 17% ante o mesmo período de 2023.
Os aportes em projetos de crescimento foram de US$ 324 milhões, recuo de 33% na comparação anual, reflexo da redução de despesas no projeto Serra Sul +20, da duplicação da Ponte Rio Tocantins, na ferrovia Carajás e do avanço nas plantas de briquete em Tubarão.
Nos projetos de manutenção, os investimentos totalizaram US$ 1,442 bilhão, queda de 12%, impactados por menores gastos com ferrovias, mina de níquel de Voisey’s Bay e substituição de equipamentos de mineração.
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Vale aprova recompra de ações e dividendos
O Conselho de Administração da Vale aprovou um novo programa de recompra de até 120 milhões de ações ordinárias, o que representa cerca de 3% do total de papéis em circulação.
Segundo a empresa, a recompra reflete a confiança na estratégia de negócios e no compromisso com a geração de valor aos acionistas. A mineradora informou que o atual programa de recompra está próximo do fim, com 34 milhões de ações já adquiridas.
Nesta quarta, o conselho de administração da companhia ainda anunciou a distribuição de dividendos no valor bruto de R$ 2,14 por ação. O montante total será de R$ 9,14 bilhões.
Reação positiva do mercado
O Itaú BBA apontou que o Ebitda ajustado de US$ 4,1 bilhões superou suas projeções em 6%, impulsionado por custos menores. O banco também espera uma reação positiva do mercado ao anúncio da redução do capex para 2025, ao programa de recompra de ações e ao pagamento de US$ 2 bilhões em dividendos.
O Safra considerou o balanço positivo, destacando o bom controle de custos e eficiência operacional. O banco tem recomendação neutra para as ações da Vale, com preço-alvo de R$ 68, representando um potencial de valorização de 22%.
A Genial Investimentos avaliou que os números vieram dentro das expectativas, com destaque para a sólida performance operacional. A corretora tem recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 65,20, implicando potencial de alta de 17%.
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