Morning Call: Haddad cancela viagem à Europa para decidir sobre pacote fiscal

Via Últimas notícias – Monitor do Mercado

A Bolsa de Valores brasileira (B3) encerrou o pregão de sexta-feira (1) em forte queda de 1,36%, aos 128.120,75 pontos e volume financeiro diário de R$ 21,8 bilhões, como reação às incertezas em torno do cenário fiscal do país, pressionando a curva de juros e o câmbio, que atingiu o segundo maior nível da história.

Parte da tensão do mercado foi atribuída à ausência do Ministro da Fazendo, Fernando Haddad, devido a compromissos na Europa, portanto cancelados. Haddad se reúne esta manhã com o presidente Lula no Planalto para discutir temas relacionados ao G20 que ocorrerá esse mês no país.

O mercado internacional mantém todo o foco nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, que acontece nesta terça-feira (5), em meio a um cenário de cabo de guerra em diversas regiões entre Kamala Harris e Trump, tornando as projeções de resultado incertas.

Quanto aos indicadores econômicos, destaque para ata do Copom e a decisão do FOMC, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), na quinta-feira (7) e reunião do Congresso Nacional do Povo da China, que pode anunciar estímulos à economia local, na sexta-feira (8).

No Brasil, atenção à reunião entre Haddad e Lula, com forte torcida pelo fim da espera pelo corte de gastos do governo, que deve amenizar a apreensão do mercado e a situação fiscal no país e sobre o prometido corte de gastos do governo.

Manchetes desta manhã

Déficit, imigração, clima e inflação, os desafios do futuro presidente dos EUA (Valor)

Em meio à disparada do dólar, Haddad cancela ida à Europa a pedido de Lula (Folha)

Recuperações judiciais batem recorde; juros altos são ‘vilões’ (Estadão)

Braskem nomeia ex-Odebrecht Óleo e Gás como novo CEO (Valor)

Focus: Mercado eleva projeção e espera inflação acima da meta em 2024 (Valor)

Focus: Mercado eleva projeção e espera inflação acima da meta em 2024 (Folha)

BC deve aumentar ritmo de alta de juros, diante de dúvidas fiscais e dólar alto (Globo)

Mercado global

As bolsas da Europa registram alta, apoiadas nos setores de mineração e energia, após Opep+ adiar os planos de aumentar a produção. Resultados das big techs ficam para trás, com a STMicroelectronics em queda de 1,6% após o Morgan Stanley rebaixar a ação.

Na Ásia, as bolsas fecharam em alta, ancoradas na expectativa do mercado sobre a reunião do Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo da China, que pode anunciar novas medidas para a economia na próxima sexta-feira (8). As Bolsas da China também foram influenciadas pelas ações das montadoras e corretoras, enquanto os principais índices do Japão ficaram fechados devido ao feriado.

Em Nova York, o S&P 500 futuro sobe 0,2%, Stoxx Europe avança 0,2%, o Nikkei fechou em queda de 2,6% e o Shanghai +1,2%. O rendimento (yield) dos treasuries de 10 anos recua para 4,29%.

Confira os principais índices do mercado:

• S&P 500 Futuro +0,2%
• STOXX 600 +0,2%
• FTSE 100 +0,6%
• Nikkei 225 -2,6%
• Hang Seng +0,3%
• Shanghai SE Comp. +1,2%
• MSCI EM +0,4%
• Dollar Index -0,5%
• Yield 10 anos -8,9bps a 4,2948%
• Petróleo WTI +2,6% a US$ 71,29 barril
• Futuro do minério em Singapura +1,9% a US$ 104,1
• Bitcoin -0,6% a US$ 68731,56

Commodities

Petróleo: avança mais de 2% após anúncio da Opep+ de adiar o aumento de produção por pelo menos um mês. O Brent/jan sobe 2,3%, para US$ 74,78, enquanto o WTI/dez ganha 2,43%, para US$ 71,18 o barril.

Minério de ferro: em alta de 0,91% em Dalian na China, cotado a US$ 109,76/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em alta de 1,77% a US$ 103,95/ton e o mercado à vista está em alta de 1,27%, cotado a US$ 104,00/ton.

Projeções do Relatório Focus

No Brasil, o Relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (4), destaca um cenário de preocupação para a economia. Conforme o documento, as expectativas dos economistas para os próximos meses indicam aumento da inflação, que segue acima do teto da meta, ultrapassando o teto da meta inflacionária definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) de 4,50%, as projeções para o IPCA subiram pela quinta semana seguida.

O relatório também aborda a elevação das taxas de juros e alta no câmbio e as atualizações nas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB), para o câmbio e para a Selic em 2025.

Esses ajustes refletem uma mudança nas perspectivas econômicas. Apenas o Produto Interno Bruto (PIB) mantém projeções de crescimento.

Commodities em alta

No mercado de commodities, o preço do petróleo subiu para US$ 71 por barril, após um período de pressão. A recuperação pode influenciar o custo de importação para o Brasil, adicionando mais pressão ao índice de inflação.

A desaceleração da China, maior importador global de petróleo, é o principal motivo de preocupação em torno da cotação do petróleo, dado o crescimento enfraquecido do país; além das ofensivas entre Israel e Irã. A queda nos preços também é influenciada pela desvalorização do dólar, que se intensifica à medida que se aproxima das eleições presidenciais dos EUA.

Cenário internacional

Nos EUA, a agenda do dia destaca a divulgação das encomendas à indústria de setembro, às 12h. Em relação às eleições dos EUA, pesquisas mostram a disputa acirrada entre os dois candidatos, Kamala Harris e Trump, tanto nacionalmente como nos estados decisivos.

Na zona do euro, o destaque da manhã foi o PMI industrial de outubro, que subiu para 46, ante projeção do mercado de 45,9. Na China, está prevista para as 22h45 a divulgação do PMI de serviços Caixin de outubro.

Cenário nacional

No Brasil, saiu o tradicional Boletim Focus, com projeções do mercado para câmbio, Selic, inflação e PIB. Na agenda da semana, destaque para a decisão do Copom na quarta-feira (6) sobre política monetária e IPCA de outubro na sexta-feira (8).

Com o fim do horário de verão nos EUA, a B3 passa a operar em novo horário: as negociações seguem com início às 10h, mas o call de fechamento acontecerá às 18h.

Nesta manhã, o presidente Lula se reúne o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, Rui Costa, entre outros ministros, para discutir corte de gastos (motivo do cancelamento da viagem de Haddad à Europa), segundo informações do O Globo.

No mercado financeiro, na sexta-feira (1), o dólar registrou alta de 1,5%, negociado a R$ 5,86, atingindo o maior nível de fechamento desde o auge da pandemia. O Ibovespa recuou 1,23%, aos 128.121 pontos, diante da volatilidade no exterior e incertezas fiscais no Brasil.

Destaques no mercado corporativo

Braskem: foi indiciada pela Polícia Federal, assim como outras 19 pessoas, pelo afundamento do solo em Maceió, atribuído à mineração de sal-gema.

Gol: recebeu aval de credores para prolongar o prazo de apresentação do plano de recuperação judicial, que havia acabado em 21 de outubro.

Caixa Assest: Pablo Costa Sarmento foi destituído da presidência da instituição, devido a “procedimento natural de gestão”, segundo o Broadcast.

Raízen: firmou acordo com Bunker One para venda exclusiva de lançamentos para embarcações da Shell Marine.

RD Saúde: A Schroder Investment Management Brasil passou a deter 5,006% das ações ON da companhia, o equivalente a 86.006.250 de papéis.

Bradesco e Rede D’or: fecham acordo para inclusão do São Luiz Campinas na Rede Atlântica D’Or.

Acompanhe as principais notícias do mercado financeiro todas as manhãs, também no Podcast Café do Mercado, uma produção do Monitor do Mercado.

O episódio de hoje já está no ar, nas principais plataformas de podcasts. Basta clicar na sua plataforma preferida para ouvir: SpotifyDeezerAmazon MusicPodcasters. Ou ouvir clicando abaixo:

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