Via Últimas notícias – Monitor do Mercado
A Bolsa de Valores brasileira (B3) teve uma reviravolta nesta quinta-feira (24) e fechou em alta de 0,6%, alcançando 130.066,95 pontos, após uma sequência de perdas desde o início da semana.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores passou a subir em reação à declaração do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que não haverá reformulação do arcabouço fiscal este ano, mas o fortalecimento das regras já existentes. Esse movimento contribuiu para o fechamento da curva de juros, refletindo de forma positiva sobre ações ligadas ao ciclo doméstico, como as do setor de varejo.
No mercado internacional, o destaque entre os indicadores econômicos nesta sexta-feira (25) é o sentimento do consumidor de Michigan, com as expectativas de inflação em 1 e 5 anos, mas o mercado já segue de olho no PIB americano e no payroll (o último antes do Fomc de novembro) na próxima semana.
No Brasil, as atenções estão voltadas para o segundo turno das eleições municipais que acontece em algumas regiões do país, enquanto os investidores já se preparam para as medidas de revisão de gastos, prometidas pelo governo para depois das eleições para Prefeituras neste domingo.
Manchetes desta manhã
Eleição tem 2º turno acirrado em 10 de 15 capitais; Nunes e Melo são favoritos em São Paulo e Porto Alegre (Valor)
IPCA-15 acelera a 0,54% em outubro, acima de projeções (Folha)
CDB com alta rentabilidade gera preocupação no mercado e no BC (Estadão)
Inflação tem forte alta em outubro e fica perto do teto da meta em 12 meses (Globo)
Giro financeiro da bolsa é o mais baixo desde 2019 (Valor)
Vale tem lucro de R$ 13,3 bi no 3º tri (Valor)
Taxação de super-ricos é prioridade, defende Haddad (Valor)
Mercedes intensificará cortes de custos após redução de lucros pela metade (Reuters)
Mercados da Ásia-Pacífico fecham mistos antes das eleições no Japão; inflação em Tóquio desacelera (CNBC)
Mercado global
As bolsas da Europa oscilam e devem registrar queda semanal após lucros fracos de empresas do setor automobilístico. Entre as empresas do Stoxx 600, 35,3% ficaram acima das estimativas do mercado, ante a taxa típica de superação de 54%, segundo dados do LSEG.
Na Ásia, o pregão desta sexta-feira encerrou majoritariamente em alta, mas com ressalva para Tóquio, que fechou no negativo, refletindo cautela do mercado sobre as eleições parlamentares que devem acontecer neste domingo. Na China, as bolsas fecharam no positivo após o governo decidir manter a taxa de juros de médio prazo inalterada em 2%.
Em Nova York, o S&P 500 futuro sobe 0,3%, Stoxx Europe opera estável, o Nikkei fechou em queda de 0,6% e o Shanghai +0,6%.
Confira os principais índices do mercado:
• S&P 500 Futuro +0,3%
• STOXX 600 estável
• FTSE 100 estável
• Nikkei 225 -0,6%
• Hang Seng +0,5%
• Shanghai SE Comp. +0,6%
• MSCI EM estável
• Dollar Index estável
• Yield 10 anos -1,4bps a 4,198%
• Petróleo WTI +0,7% a US$ 70,67 barril
• Futuro do minério em Singapura +1,9% a US$ 101,2
• Bitcoin -0,6% a US$ 67759,56
Commodities
Petróleo: tem ganhos próximos de 1%, com Oriente Médio mantendo prêmio de risco em jogo. O brent/dez sobe a US$ 74,91 (+0,71%) e o WTI/dez a US$ 70,73 (+0,77%)
Minério de ferro: registra alta de 2,81% em Dalian na China, cotado a US$ 108,02/ton. Em Singapura, os contratos futuros estão em alta de 1,71% a US$ 101,10/ton e o mercado à vista está em alta de +0,24%, cotado a US$ 103,65/ton.
Ibovespa ganha fôlego com declarações fiscais
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou ontem o compromisso com a responsabilidade fiscal ao declarar a intenção de fortalecer as regras fiscais atuais, sem alterar o arcabouço em vigor. Essa sinalização trouxe uma sensação de maior tranquilidade ao mercado, fazendo o índice da Bolsa de Valores retomar os 130 mil pontos, após uma sequência de cinco pregões de baixa.
Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central, destacou que o presidente Lula já manifestou, desde a campanha, uma orientação para intensificar os investimentos públicos. Essa postura ajuda a reduzir as incertezas quanto às mudanças bruscas nos gastos do governo.
IPCA acima do esperado preocupa o mercado
Apesar de o Ibovespa ter tomado fôlego com as declarações sobre o planejamento fiscal para o país, a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) trouxe preocupação ao mercado, devido à alta acima das expectativas de 0,54% em outubro, o maior aumento para o mês desde 2021.
Esse índice, que mede a variação dos preços ao consumidor final, é uma referência importante da inflação no Brasil e sua elevação sinalizando uma possível pressão inflacionária, o que pode dificultar o controle das contas públicas.
Com a inflação mais alta, o Banco Central pode precisar manter ou até aumentar a taxa básica de juros (Selic), o que encarece o crédito e pode desacelerar o crescimento econômico.
Cenário internacional
Nos EUA, a agenda do dia trouxe informações sobre as encomendas de bens duráveis de setembro às 9h30 e logo mais para as 11h está prevista a divulgação sobre o índice de sentimento do consumidor de outubro, que inclui expectativas de inflação, pela Universidade de Michigan.
A agenda da próxima semana traz diversos indicadores econômicos: para terça-feira (29), está previsto o relatório Jolts de setembro e na quarta-feira (30) o relatório ADP de outubro e o PIB do terceiro trimestre. Na quinta-feira (31) deve sair o indicador de inflação PCE e, na sexta-feira (1º), o payroll de outubro.
Dando continuidade ao calendário de balanços, na próxima semana devem sair os números da Alphabet (Google), Microsoft, Meta, Apple e Amazon.
Na Europa, para a próxima quarta-feira (30) está previsto o PIB do terceiro trimestre da zona do euro. No Japão, o BoJ deve divulgar a decisão de política monetária na quinta-feira (31).
Cenário nacional
No Brasil, o mercado está atento ao calendário de balanço e às declarações de membros do Banco Central (BC) em compromissos nos EUA, como o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Entre os destaques do dia, hoje a Aneel deve anunciar a bandeira tarifária para o mês de novembro.
Iniciando os destaques da próxima semana, acontece neste domingo o segundo turno das eleições municipais. Para quarta-feira (30), estão previstos os dados de operações de crédito e Caged de setembro; além da Pnad contínua de setembro na quinta-feira (31) e dados sobre a produção industrial de setembro na sexta-feira (1º).
No mercado financeiro, ontem o dólar caiu 0,5%, a R$ 5,66, e o Ibovespa valorizou 0,65%, aos 130.067 pontos, após cinco pregões consecutivos em queda.
Destaques no mercado corporativo
Vale: divulgou lucro de US$ 2,4 bilhões no terceiro trimestre, com queda de 15% na comparação com o mesmo período de 2023; além de uma receita de US$ 9,5 bilhões, representando um recuo de 10% na comparação anual.
A provisão relacionada à Samarco subiu US$ 1 bilhão, para US$ 4,7 bilhões. O acordo entre a Vale, BHP e Samarco com a União sobre a tragédia de Mariana será assinado hoje, às 11h, no Palácio do Planalto.
Suzano: teve lucro de R$ 3,2 bilhões no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 733 milhões do ano anterior. A empresa também anunciou uma receita de R$ 12,3 bilhões, com alta de 37% em relação a 2023.
Multiplan: registrou lucro de R$ 279,6 milhões no terceiro trimestre, com crescimento de 6,1% na comparação anual e receita de R$ 545,2 milhões, representando uma alta de 7,6%.
Raízen: teve um crescimento de 6,5% na moagem de cana-de-açúcar no terceiro trimestre.
Vibra: anunciou a emissão de R$ 2 bilhões em debêntures.
JBS: compete pela compra da Oscar Mayer, unidade de hot dogs e frios da Kraft Heinz, segundo a Reuters.
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