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A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (14), pela segunda vez em dois anos, a MPOX (varíola dos macacos) como estado de emergência global após preocupações de que uma mutação mais mortal do vírus, o clado Ib, tenha atingido quatro novas regiões da África (Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda).
Nos últimos dois anos, quase 100 mil pessoas contraíram a doença em mais de 116 países. Em 2024, foram diagnosticadas mais de 14 mil infecções, resultando em mais de 500 mortes, maior do que o total de casos em 2023. A gravidade da situação levou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, a convocar uma reunião de emergência na sede da organização em Genebra.
O Centro Africano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África) já havia classificado a situação como uma “emergência de saúde pública” em função do aumento dos casos no continente africano.
Em junho, a OMS identificou quase mil novos casos, sendo a maioria na África (567), seguida pelas Américas (175), Europa (100) e Pacífico Ocidental (81). A República Democrática do Congo é o epicentro do surto, com 96% dos casos confirmados no mês.
Também foram identificados fora da África: 33 mil nos EUA, 11 mil no Brasil, 8 mil na Espanha e 4,2 mil na França, entre 2022 e 2024.
Casos no Brasil
Até julho deste ano, foram identificados 709 casos de MPOX, de acordo com o Ministério da Saúde. O número está bem longe do total de casos de 2022, primeira declaração de emergência da OMS, quando os casos da doença passaram de 10 mil.
Em São Paulo, o número de registros em 2024 até julho foi de 315 casos, uma alta de 257% em relação ao mesmo período do ano passado. Mesmo assim, ainda ficam bem abaixo dos 4.129 diagnosticados em 2022.
Desde o começo da propagação da doença foram confirmados 16 óbitos, sendo o mais recente em abril de 2023.
O que é MPOX?
A MPOX, ou varíola dos macacos, trata-se de uma infecção viral causada pelo vírus da família Poxviridae, a mesma família do vírus que causa a varíola. A doença foi identificada pela primeira vez em humanos em 1970, na República Democrática do Congo, endêmica em algumas regiões da África.
Transmissão
Segundo a OMS, os homens representam 96% dos casos confirmados, com a transmissão mais comum ocorrendo por contato sexual. Metade das pessoas infectadas são portadoras do vírus HIV. Entretanto, a organização alerta que essa não é a única via de transmissão, buscando evitar a estigmatização dos pacientes.
A doença também pode ser transmitida por:
Contato direto;
Objetos contaminados;
Contato com animais infectados;
Transmissão respiratória.
Sintomas
Os principais sintomas do MPOX incluem erupções cutâneas (marcas parecidas com espinhas), que podem se espalhar por todo o corpo, febre, dor de cabeça, dores musculares, e erupções genitais. A doença pode ser mais grave em pessoas imunocomprometidas, incluindo aquelas com HIV.
No entanto, a doença é geralmente autolimitada, o que significa que ela tende a desaparecer sozinha com o tempo, geralmente entre duas a quatro semanas. O tratamento é focado no alívio dos sintomas e no manejo de complicações.
Existe vacina para a MPOX? E remédio?
Não há uma vacina específica para a MPOX, mas há vacinas contra a varíola, causada por um vírus similar. Em relação a remédios, também não há nenhum específico, mas alguns antivirais utilizados para tratar varíola, como o Tecovirimat (TPOXX), podem ser eficazes e estão sendo usados em alguns casos sob orientação médica.
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