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A Petrobras e a Marinha do Brasil estabeleceram uma parceria estratégica para expandir a Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica (REMO). Com um investimento de R$ 100 milhões, a iniciativa busca aprimorar o monitoramento da extensa costa brasileira, desde a Bacia de Pelotas até a Margem Equatorial. Este projeto visa não apenas reduzir custos, mas também aumentar a eficiência na coleta de dados oceânicos através de tecnologias avançadas.
A Margem Equatorial, que se estende do Rio Grande do Norte ao Amapá, é vista como uma área promissora para exploração em águas profundas. A diretora de Engenharia e Tecnologia da Petrobras, Renata Baruzzi, ressalta que a cooperação traz benefícios significativos, não apenas para a empresa, mas também para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, ao compartilhar dados valiosos com a comunidade acadêmica.
Avanços tecnológicos no monitoramento oceânico
O acordo prevê a utilização de veículos autônomos, como o SailBuoy e o glider, para otimizar a coleta de dados. O SailBuoy é um dispositivo autônomo movido a energia solar, controlado remotamente, que opera de forma contínua e é capaz de resistir a condições climáticas adversas. Este equipamento oferece uma alternativa eficaz e segura para o monitoramento oceânico.
O glider é um veículo submersível que pode alcançar profundidades de até mil metros, permitindo medições detalhadas dos oceanos, como temperatura, salinidade e correntes. A utilização desses veículos autônomos representa uma economia significativa, reduzindo os custos operacionais em comparação com métodos tradicionais de monitoramento.
Importância do compartilhamento de dados oceanográficos
Os dados coletados por meio desta cooperação serão disponibilizados para a comunidade científica, integrando programas como o Programa Nacional de Boias (PNBOIA). Este programa visa melhorar a coleta de dados meteorológicos e oceanográficos ao longo da costa brasileira. A Petrobras também participa de outras iniciativas, como o Programa Antártico Brasileiro (Proantar), que buscam expandir o conhecimento sobre fenômenos oceânicos.
Renata Baruzzi destaca que a coleta e análise de dados oceânicos são fundamentais para aumentar a segurança das operações marítimas e proteger o meio ambiente. Além disso, os investimentos em dados meteoceanográficos têm o potencial de beneficiar setores como transporte marítimo, gestão ambiental e planejamento costeiro.
O projeto REMO, ao melhorar a precisão do monitoramento em tempo real, contribui de forma significativa para a proteção do meio ambiente. Dados precisos permitem uma resposta mais rápida e eficiente a desastres ambientais, como derramamentos de petróleo, ajudando a mitigar seus efeitos e protegendo assim a biodiversidade marinha ao longo da costa do Brasil. Através do uso de tecnologias avançadas, o projeto busca minimizar o impacto humano nos ecossistemas marinhos frágeis.
Impactos da expansão da rede de observação oceanográfica
A ampliação da REMO representa um avanço significativo na capacidade de monitoramento do litoral brasileiro. Com a implementação de tecnologias de ponta e a colaboração entre a Petrobras e a Marinha, espera-se uma melhoria na precisão e abrangência dos dados coletados. Este esforço conjunto não apenas fortalece a segurança das operações marítimas, mas também promove o desenvolvimento de novas tecnologias e práticas sustentáveis para o uso dos recursos oceânicos.
O compromisso com a inovação e a sustentabilidade é essencial para enfrentar os desafios do monitoramento oceânico. A parceria entre a Petrobras e a Marinha exemplifica como a colaboração entre setores pode gerar benefícios amplos, desde a proteção ambiental até o avanço científico e tecnológico.
Projeto REMO: monitoramento avançado da Amazônia Azul
A Marinha do Brasil e a Petrobras avançaram no Projeto Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica (REMO), que busca aprimorar a segurança e a precisão no monitoramento meteoceanográfico da Amazônia Azul—uma área de 5,7 milhões de quilômetros quadrados sob soberania brasileira.
Tecnologia e coleta de dados
Lançado em 2006, o projeto utiliza veículos autônomos para coletar dados sobre:
- Correntes marítimas
- Temperatura da água
- Condições meteorológicas
Para isso, serão empregadas boias autônomas equipadas com placas fotovoltaicas e sensores via satélite. Além disso, serão utilizados:
- Veículos submarinos “Glider” (capazes de alcançar até mil metros de profundidade)
- Veículos de superfície “Sailbuoy”, que operam remotamente e podem navegar mesmo em condições adversas
Impacto e benefícios
Os dados coletados serão compartilhados com universidades parceiras e disponibilizados no Banco Nacional de Dados Oceanográficos (BNDO), permitindo o desenvolvimento de novas pesquisas e avanços científicos.
O projeto traz benefícios para diferentes áreas:
- Ambiental: Melhor resposta a acidentes, como derramamentos de óleo
- Militar: Dados mais precisos para operações navais
- Econômico: Redução de custos no monitoramento do litoral, pois o uso de veículos robóticos custa 10% do valor gasto com embarcações convencionais
- Segurança marítima: Melhorias na navegação e nas previsões ambientais, auxiliando na busca e salvamento em emergências
Investimento e parcerias
O REMO terá um investimento de R$ 100 milhões nos próximos cinco anos, por meio de Convênios de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação. O lançamento e a operação dos equipamentos ficarão sob responsabilidade dos Distritos Navais e do Grupamento de Navios Hidroceanográficos.
Segundo a Diretora de Engenharia e Tecnologia da Petrobras, Renata Baruzzi, o projeto beneficia não só a empresa, mas todo o país, pois contribui para um melhor monitoramento do litoral e desenvolvimento tecnológico nacional.
Sustentabilidade e segurança marítima
O REMO também está alinhado com a “Década do Oceano”, promovida pela ONU, e com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14, que visa a preservação da saúde dos oceanos e o bem-estar das comunidades costeiras.
O Centro de Hidrografia da Marinha (CHM) acompanhará os dados coletados para aprimorar cartas náuticas, emitir alertas meteorológicos e fortalecer a segurança marítima. Além disso, disponibiliza o aplicativo “Previsão Ambiental Marinha (PAM)”, acessível via navegador e em dispositivos iOS e Android, oferecendo informações sobre correntes, ventos e ondas para pescadores e esportistas náuticos.
Com essas inovações, o Brasil avança na soberania marítima, na independência técnico-científica e na preservação ambiental dos oceanos.
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