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A Petrobras (PETR4) continua registrando lucros satisfatórios mesmo após adotar uma política de preços alinhada ao mercado brasileiro, segundo a presidente da empresa, Magda Chambriard, em entrevista ao programa Canal Livre, da Band News, neste domingo (29).
A executiva declarou que o diesel está há um ano e meio sem reajuste, enquanto a gasolina também permanece estável há meses. Ela apontou, ainda, uma diferença de cerca de 30% no preço dos combustíveis em relação a dezembro de 2022.
No 3º trimestre deste ano, a Petrobras obteve um lucro de R$ 32,6 bilhões, o que representa uma alta de 22,3% na comparação com o mesmo período de 2023.
Às 13h30 (horário de Brasília), as ações da Petrobras (PETR4) valorizavam 1,63%, negociadas a R$ 36,24.
Combustíveis fecham 2024 com defasagem significativa
Os preços médios do diesel nas refinarias brasileiras devem encerrar o ano com uma defasagem de dois dígitos em relação ao Golfo do México, referência para os importadores no Brasil.
De acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o diesel é comercializado no Brasil com uma defasagem média de 13%, chegando a 15% nas refinarias da Petrobras. A estatal não reajusta o preço do diesel há 369 dias, desde dezembro de 2023.
Já os preços da gasolina, que seguem sem reajuste desde julho deste ano, também estão abaixo da média do mercado. Nos polos de importação, a defasagem média é de 7%, mas sobe para 10% nos polos de Paulínia e Araucária.
Em contrapartida, a refinaria privada de Mataripe, operada pela Acelen, ajustou o preço do diesel em R$ 0,17 por litro na última quarta-feira (25), reduzindo a defasagem do produto em relação ao mercado internacional para 4%.
Venda direta e novos mercados para a Petrobras
Magda Chambriard revelou que a Petrobras está avaliando a venda direta de combustíveis para grandes consumidores, como é o caso da parceria em andamento com a mineradora Vale. Essa estratégia exclui, por enquanto, a possibilidade de um retorno ao setor de distribuição tradicional. “Vamos conversar com grandes empresas brasileiras para venda direta”, destacou.
A mudança pode alterar significativamente o modelo de negócios da Petrobras, com impacto potencial nos distribuidores de combustíveis.
Gás natural do pré-sal no centro das atenções
Sobre o mercado de gás natural, Magda Chambriard afirma que os campos do pré-sal serão importantes fornecedores do insumo no futuro e que após o esgotamento do petróleo, as reservas de gás natural desses campos continuarão disponíveis.
O transporte do gás produzido na região do pré-sal até a costa, no entanto, encontra desafios logísticos. Uma das soluções em estudo é o aumento da importação de gás de países vizinhos.
Segundo a companhia, em 2025, já será possível importar gás da Argentina utilizando o Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) em fluxo reverso. Além disso, a produção de gás natural pela Petrobras na Colômbia pode, em cenários otimistas, suprir parte da demanda brasileira.
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