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O número de vendas e o preço dos imóveis aumentaram expressivamente neste ano. No entanto, mesmo com um mercado aquecido, o setor imobiliário não empolga os investidores.
De janeiro até agora, o índice Imobiliário (IMOB) acumula uma queda de 45%, enquanto o Ibovespa, que mede o desempenho geral do mercado, caiu menos de 1% no mesmo período.
No novo episódio do podcast Ligando os Pontos, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, mostra que como a alta no custo de construção e o recente aumento das taxas de juros tira ainda mais a esperança de que o setor se recupere logo.
Índice IMOB
O IMOB reúne 18 empresas do setor imobiliário, como construtoras e administradoras de shoppings. As cinco maiores empresas do índice são fortemente concentradas no setor de shopping centers, com destaque para Aliansce (19%), Multiplan (17,5%) e Iguatemi (9,7%). Empresas que enfrentam dificuldades de se reposicionar após a pandemia, em parte devido ao aumento das compras online.
Além disso, o índice inclui duas construtoras importantes: Cyrela (12%), focada em imóveis de alto padrão, e Direcional (7%), voltada para a baixa renda.
Embora as vendas de imóveis tenham crescido 15% no primeiro semestre de 2024, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), e os preços tenham subido 5,88% no ano, a eficiência das empresas e os custos de construção seguem como desafios.
Custos em alta pressionam resultados
O aumento dos custos de construção tem sido um dos principais obstáculos para o setor. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que mede a variação dos preços de materiais e mão de obra, subiu 5,23% em 2024, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Isso significa que parte da valorização dos imóveis está sendo consumida pelos altos custos de construção, o que impacta diretamente a lucratividade das empresas.
Taxa de juros e crédito imobiliário
Outro fator que desanima os investidores é a alta taxa de juros no Brasil. A Selic, atualmente em 11,75%, dificulta o financiamento imobiliário, tanto para consumidores quanto para as próprias construtoras, que dependem de crédito para viabilizar projetos.
A perspectiva de cortes na Selic, que animou o mercado no início do ano, foi interrompida com uma alta inesperada nos juros, dificultando ainda mais a recuperação do setor.
Fundos Imobiliários: uma exceção
Enquanto as empresas de construção e incorporação enfrentam dificuldades, os Fundos Imobiliários (FIIs) têm mantido desempenho relativamente estável. O IFIX, índice que mede o rendimento dos FIIs, caiu apenas 1% no acumulado do ano, em linha com o Ibovespa.
Esses fundos se beneficiam da compra de imóveis a preços mais baixos e da distribuição de aluguéis para os cotistas, o que os torna uma opção atrativa para investidores que ainda desejam se expor ao mercado imobiliário.
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