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Em 2023, 63% da população brasileira — 101 milhões de pessoas — não fizeram investimentos, segundo o Raio X do Investidor, da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em parceria com o Datafolha.
A Geração Z — jovens de 16 a 27 anos — é a que menos investe, ainda que os jovens adultos — de 28 a 42 — tenham o maior nível de participação entre investidores. A explicação para isso, segundo o relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), está na falta de educação financeira dos jovens brasileiros.
No primeiro episódio do podcast Quero Pix, o jornalista Leonardo Grané, repórter do Monitor do Mercado, entrevista especialistas para entender como dar os primeiros passos no mundo dos investimentos.
Planejamento financeiro
Uma das dicas para começar a buscar seus sonhos e objetivos é começar a se planejar, mesmo que com pouco dinheiro, como explica Thaís Franceschini, assessora líder da Wise Investimentos, escritório parceiro do BTG Pactual, em São Paulo.
Segundo ela, criar o hábito de poupar é essencial e pode ser o investimento mais importante para quem deseja atingir metas financeiras. Além disso, assessores de investimento oferecem alternativas para desenhar seus objetivos financeiros de curto e longo prazo.
Busca por informação confiável
Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, destaca a importância de buscar fontes confiáveis para aprender sobre investimentos. Redes sociais e influenciadores podem servir como porta de entrada, mas informações mais detalhadas devem ser obtidas em fontes confiáveis, como sites especializados. Caso contrário, o risco de golpes aumenta consideravelmente.
O problema das Bets
Apesar das dicas, o podcast também chama atenção para um dos pesadelos da geração: o aumento das apostas online. Em setembro de 2024, 13% dos brasileiros fizeram apostas, movimentando R$ 68,2 bilhões entre junho de 2023 e junho de 2024. Apesar do crescimento, 42% dos apostadores têm dívidas em atraso.
Para muitos, a aposta representa uma tentativa de alcançar ganhos rápidos, contrastando com a estabilidade de investimentos planejados. Dados do Banco Central mostram que R$ 3 bilhões deste valor vieram de benefícios sociais, como o Bolsa Família.
Especialistas como Eduardo Cremer, mestre em Psicologia Clínica pela UFRJ e especialista em adicção, comparam o vício em apostas aos efeitos de outras adicções.
Para ele, é importantíssimo identificar sinais de dependência, como mudanças de comportamento, para buscar ajuda profissional. No entanto, a principal “saída do fundo do poço” vem do próprio impactado, que precisa entender a gravidade e lutar contra o vício.
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