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A poucos dias do fim de 2024, a definição do valor do salário mínimo para 2025 permanece incerta, alimentando debates e preocupações. A proposta do governo Lula, em tramitação no Congresso Nacional, busca reformular a atual regra de valorização, gerando divergências sobre os impactos orçamentários e socioeconômicos.
O senador Angelo Coronel, relator do Orçamento no Congresso, afirmou que, no atual estágio, ainda segue a regra em vigor, que considera a inflação dos últimos doze meses e a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. Tal postura é fruto das incertezas durante a tramitação do novo pacote fiscal.
Como a regra atual define o salário mínimo?
A determinação do salário mínimo, sob a regra vigente, depende de dois fatores principais: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o PIB de dois anos antes. Com base nessa metodologia, e considerando um INPC de 4,84% e um PIB de 3,2% em 2023, projeta-se um salário mínimo de R$ 1.528 para 2025, superior ao valor atual de R$ 1.412.
A regra vigente assegura uma valorização que considere não apenas o aumento dos preços, mas também o desempenho do crescimento econômico do país. No entanto, a proposta do governo, apresentada por meio do pacote fiscal, sugere novas limitações.
Qual é a proposta do pacote fiscal do governo?
A proposta do Ministério da Fazenda, que integra o pacote fiscal, visa estabelecer um teto ao crescimento do salário mínimo, limitado a uma variação máxima de 2,5%. Com essa nova abordagem, o valor do salário mínimo para 2025 seria aproximadamente R$ 1.518.
O Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) apresentado ao Congresso sugeriu inicialmente um salário mínimo de R$ 1.509, evidenciando a necessidade de ajustes para gerir o impacto econômico. Essas alterações são importantes, pois o salário mínimo influenciaria diretamente a correção de benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego e o abono salarial.
Quais são os impactos econômicos do salário mínimo?
A cada real adicionado ao salário mínimo, estima-se um aumento de R$ 350 milhões nos gastos públicos. Se a regra atual for mantida, o aumento total de despesas pode chegar a cerca de R$ 7 bilhões. Com a proposta do Ministério da Fazenda, esse gasto extra seria reduzido pela metade, para aproximadamente R$ 3,5 bilhões.
Além dos custos diretos, uma pesquisa recente indica que cada R$ 1 investido na saúde pública poderia gerar R$ 1,61 no PIB, destacando a relação intrínseca entre gastos públicos e crescimento econômico. Este tipo de análise é crucial para entender os matizes necessários à gestão fiscal e à política econômica em tempos de desafios e incertezas contínuas.
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