Show de pop com Gloria Groove e Ivete prova que Rock in Rio quer mais Brasil

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Foi com uma hora de trinta e cinco minutos de atraso que começou o segundo show do palco Sunset no Rock in Rio neste sábado, dia com apenas artistas brasileiros. O palanque foi sede, nesta data, de cantores de samba, pop e rap.

 

Assim, ficou com o pop a metade do lineup do Sunset. O show começou com uma versão funk de “Tempos Modernos”, cantada por um Lulu Santos orgulhoso de ver o festival dando um dia inteiro para os artistas nacionais. Ele ficou no palco sozinho só por dez minutos, em uma performance um tanto apressada, antes de convidar Luisa Sonza para um dueto de “Como Uma Onda”.

A gaúcha seguiu então sozinha –”vou cantar agora minhas musiquinhas”, disse–, e apresentou “Sagrado Profano” e “Lança Menina”, em que faz referência a Rita Lee. Sua performance durou cerca dez minutos também, antes de ela convidar Jão para eles cantarem juntos “Malandragem”, de Cássia Eller. Foi um momento recebido com empolgação pelo público.

Aliás, o chamado Dia Brasil parece estar reunindo as plateias mais cheias do palco Sunset desta edição do festival –o show de pop e o de samba, mais cedo, estavam lotados. Ainda que não tenha esgotado os ingressos, a programação parece se beneficiar por ter artistas de forte apelo popular, com setlists formadas pelos maiores hinos do país.

Jão foi o menos celebrado dos artistas que passaram pelo palco, talvez por ser mais conhecido pelo público adolescente. “Me Lambe”, que no seu show solo na quinta-feira foi uma das mais aplaudidas, desta vez não causou a mesma emoção. Se a plateia vinha vibrando com todas as canções de Lulu Santos, o ritmo caiu com Jão. Ele só conseguiu animar a plateia depois, quando chamou Duda Beat para duetar “Como Eu Quero”, do Kid Abelha.

Ainda que seja uma artista mais alternativa do pop, Duda Beat suscitou um coro maior que Jão com sua “Bixinho”, uma das poucas canções dela que já furou a bolha.

Mas nenhuma apresentação foi mais eufórica que a de “Vermelho”, da drag queen Gloria Groove. Até o fundo da plateia as pessoas cantavam alto o refrão, rebolando e aplaudindo. Com Duda Beat, a drag apresentou uma versão de “Sina”, do Djavan. Depois cantou ainda “Coisa Boa”, funk que também empolgou. A artista já havia feito show sozinha neste mesmo palco na quinta.

O ritmo seguiu lá em cima quando chegou Ivete Sangalo, que voou pelo Rock in Rio em show solo um dia antes. A baiana cantou com Gloria Groove “Não Quero Dinheiro”, hit de Tim Maia que de novo movimentou muito a plateia. Ela emendou em “Macetando”, “Poeira” e “Festa”, dando amostra de um dos cancioneiros mais conhecidos do país.

Houve muita controvérsia sobre a validade de um dia dedicado somente à música brasileira no Rock in Rio. A julgar pelo fervor da plateia entupida do show de pop deste Dia Brasil, é possível arriscar que o público do festival aprovou e vai querer mais.

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