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O Departamento de Justiça dos Estados Unidos entrou com uma ação antitruste contra a Visa (V) nesta terça-feira (24), alegando que a empresa monopolizou ilegalmente o mercado de pagamentos de consumidores, estimado em trilhões de dólares.
O processo tem em vista abrir o mercado de cartões de débito para novas concorrências e acusa a Visa de punir comerciantes que buscavam alternativas mais baratas. Segundo a queixa, a Visa pagou empresas como a Apple para limitar inovações e minou startups emergentes.
As ações da companhia caíram 5,49% no pregão de ontem em Nova York. Nesta manhã, os papéis ampliam as perdas e desvalorizam 0,97%.
Práticas ilegais da Visa
Segundo a Justiça norte-americana, a Visa teria utilizado incentivos financeiros ilegais para manter rivais fora do mercado desde 2012, além de cobrar taxas elevadas de comerciantes que usavam outras redes de pagamento.
Essas práticas resultariam em um aumento de preços para os consumidores, já que os comerciantes repassariam os custos para bens e serviços. O procurador-geral Merrick Garland afirmou que a Visa extraiu taxas “muito acima do que poderia cobrar em um mercado competitivo.”
O processo destaca um histórico de ações anticompetitivas da Visa, incluindo tentativas de limitar o surgimento de fintechs e startups que pudessem oferecer alternativas mais baratas.
Em 2020, o Departamento de Justiça bloqueou a tentativa da Visa de adquirir a Plaid, uma fintech que ameaçava seu domínio em transações de débito online. A Visa também teria feito pagamentos para a Apple e ameaçado empresas como PayPal e Square para manter o controle sobre o mercado de pagamentos.
Empresa se orgulha de posição alcançada
A conselheira geral da Visa, Julie Rottenberg, afirmou que a empresa se orgulha da posição construída ao longo dos últimos anos, e que enfrenta forte concorrência no setor de pagamentos, algo que o processo ignora, segundo ela.
“Estamos orgulhosos da rede de pagamentos que construímos, da inovação que promovemos e da oportunidade econômica que possibilitamos. Este processo não tem mérito e nos defenderemos vigorosamente”, disse ela.
Rottenberg afirmou ainda que a Visa — que detém 60% do mercado de cartões de débito nos EUA — promove inovação e oportunidades econômicas. O faturamento da companhia no setor é de aproximadamente US$ 7 bilhões (R$ 38,4 bilhões) por ano com taxas de débito.
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